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A minha visão de proecto educativo
Assistência ao parto normal
Entretanto, partir do século XX na década de 40, foi intensificada a hospitalização do parto, que permitiu a medicalização e controle do período gravídico puerperal e o parto como um processo natural, privativo e familiar, passou a ser vivenciado na esfera pública, em instituições de saúde com a presença de vários atores conduzindo este período. Esse fato favoreceu a submissão da mulher que deixou de ser protagonista do processo parturitivo.
Diante do exposto, a mulher perdeu sua privacidade e autonomia, foi separada da família e submetida a normas institucionais e práticas intervencionistas sem o devido esclarecimento e consentimento da parturiente e foi oferecido para mulher e seu bebé uma assistência com aparente segurança.
Neste processo, o parto passou a ser vivenciado como um momento de intenso sofrimento físico e moral. O medo, a tensão e a dor das parturientes nesse modelo de assistência impedem o processo fisiológico do parto normal, o que pode culminar com práticas intervencionistas que, na maioria das vezes, poderiam ser evitadas.
Para o bom desenvolvimento do trabalho de parto, é necessário o bem estar físico e emocional da mulher, o que favorece a redução dos riscos e complicações. Para tanto, o respeito ao direito da mulher a privacidade, a segurança e conforto, com uma assistência humana e de qualidade, aliado ao apoio familiar durante a parturição, transformam o nascimento num momento único e especial.
O apoio emocional de um acompanhante de escolha da parturiente é eficaz para que a mulher possa suportar a dor e tensão. Neste sentido, o acompanhante necessita do apoio e colaboração dos profissionais de saúde na condução adequada da assistência à mulher. É importante que os profissionais de saúde estejam sensibilizados quanto à relevância da presença do acompanhante para parturiente no decorrer do trabalho de parto, como também precisam estar preparados para executarem suas actividades junto ao acompanhante e parturiente, informando-os sobre a evolução e condutas a serem realizadas durante o processo de nascimento. São atitudes simples, mas eficazes que podem influenciar positivamente a realidade da assistência da mãe e seu concepto.
Artigo completo aqui (Rev. bras. enferm. vol.60 no.4 Brasília July/Aug. 2007)
O parto como facto social e condição de género | Adriana Tanese Nogueira
Relações de géneros são relações entre homens e mulheres situadas na realidade social. Uma relação de amor também é uma relação de género, uma vez que ela é realizada por um homem e uma mulher que cresceram e se formaram mental e emocionalmente num determinado contexto histórico-social e cultural.
Todos somos historicamente condicionados, manifestamos os preconceitos típicos de nosso tempo, classe social, visão de mundo, padrão afetivo e psicológico. Não podemos estar imunes a esse tipo de condicionamento, porém, podemos estar conscientes dele e nos libertar na medida do possível e do desejável.
(...)
O parto não poderia fugir dos condicionamentos culturais e das relações de género, uma vez que ele é um facto que acontece às mulheres e uma vez que a medicina é um campo prioritariamente masculino e seu modelo de análise está fundamentado naquelas que a psicologia junguiana associa a características masculinas: razão, praticidade, rapidez, linearidade no pensamento, tecnologia. Apesar destas qualidades (masculinas) serem positivas em si, elas tornam-se negativas quando assumem o monopólio na forma de entender a realidade e, sobretudo, produzem estragos quando aplicadas ao pé da letra ao parto.
(...)
A realidade social na qual as mulheres estão inseridas não é favorável e as características psicologicamente
associadas ao feminino (sensibilidade, sentimento, intuição, ciclicidade, conhecimento vivencial, receptividade) não são nem apreciadas nem muitas vezes levadas em conta. Não são valorizadas no dia a dia, no âmbito profissional, no mercado e muito menos na forma como se faz ciência e se aplica a medicina.
(...)
A ausência do princípio feminino é evidente na falta de bom senso quando se lida institucionalmente com parto, amamentação e maternidade. As instituições sociais e a própria estrutura da sociedade são projetadas por homens para homens na faixa etária em que podem produzir. Mulheres com seus ciclos, tempos e ritmos, seus filhos, menstruações, menopausas, mamadas, mulheres com olheiras por noites sem dormir, preocupadas com filhos, doenças, notas escolares, problemas de aprendizagem, solidão... Mulheres
assim têm pouco espaço e pouca compreensão na realidade social em que vivemos. Mulheres com seus úteros são um estorvo para muitas empresas. Bebês que choram que precisam de colo, de presença, de silêncio, de alegria e harmonia incomodam, nada têm a ver com produtividade, controle do tempo, agendas lotadas, barulho e prazos.
A experiência do parto contém um ingrediente diretamente ligado à dimensão de cidadania. Ela levanta as questões relativas ao lugar que as mulheres ocupam na sociedade, a suas atitudes cidadãs, a seu poder (ou impotência) social, seu reconhecimento (ou invisibilidade), sua voz (ou seu silêncio). Todas as verdadeiras transformações interiores se refletem em novos comportamentos e atitudes no mundo. Estamos diante a um novo desafio para as mulheres.
Adriana Tanese Nogueira - 08 de Março de 2005
As cresches e jardins de infância portugueses ver televisão é uma actividade didáctica
Cerca de 2 em 5 famílias com crianças em creches garante que este encargo é uma parcela importante nas finanças. Por criança, gastam um valor de referência mensal de € 150 numa creche e € 110 num jardim-de-infância. Mas o custo chega a ultrapassar, em Lisboa, os € 300 mensais. Em 80% dos casos, os pais inscrevem os filhos antes de começarem a frequentar a instituição, em média, 5 meses antes.
Metade das mães inquiridas ficou 5 meses em casa com o bebé, com salário reduzido. No regresso ao trabalho, 20% enfrentaram problemas: 9% sentiram hostilidade do chefe ou colegas, enquanto 7% não usufruíram das horas de amamentação a que têm direito.
Mais de 30% das crianças permanecem mais de 9 horas na creche, o que é sinónimo de mais tempo em frente do ecrã. Nas creches, mais de 70% vê televisão e tal acontece quase todos os dias para mais de metade. Nos jardins-de-infância, a esmagadora maioria (90%) vê televisão e, segundo os pais, esta rotina é quase diária para 43 por cento.
A DECO reivindica que as creches e jardins-de-infância, públicos ou privados, devem estar sob a alçada do Ministério da Educação. As creches, à semelhança de outros países europeus, como Espanha, Dinamarca, Finlândia e Suécia, devem deixar de ser encaradas apenas como um serviço social. Segundo dados de 2008 do Ministério do Trabalho e Segurança Social, a cobertura de creches e amas era de 30% e a dos jardins-de-infância, de 77 por cento
Mais info sobre este artigo da DECO
Porque é que, actualmente, parece haver um conflito entre ser mulher e ser mãe?
Outra verdade irrefutável no seu discurso é o facto de ser necessário ter em conta a diversidade inerente ao conceito de feminino. Ser mulher não significa ser mãe, nem ser um determinado tipo de mãe.
Depois, temos as questões controversas e quanto mais exploro as posições da autora sobre a maternidade, mais considero que estas só fazem sentido no quadro da dicotomia consumo/trabalho. De notar também que as escolhas e práticas parentais vão muito para além da saída, ou não, da mulher de casa para trabalhar e essa diversidade está ausente do discurso da investigadora.
Diz-nos ainda que a licença de maternidade pode ser um presente envenenado dado que assistimos ao Estado a impor um ideal de mãe. Este ideal de mãe socialmente imposto, pode ser responsável pelo decréscimo da natalidade em muitos países ocidentais (nos quais a autora inclui Portugal) dado que as mulheres que queiram ser profissionalmente bem sucedidas tentem a não desejar ter filhos. A autora fala na necessidade de apoiar as mães que trabalham e isso não passa por alargar as licenças parentais mas, infelizmente, não nos indica como esta ajuda se poderia consubstanciar. Afirma também que as mulheres que optam por tirar a licença parental alargada, não encontram os seus postos de trabalho quando esta termina e ficam, devido ao desemprego e falta de independência financeira, alienadas em casamentos que, muitas vezes, já não são satisfatórios.
Como justificação para o facto de a taxa de natalidade em França não ser tão reduzida como noutros países europeus, a investigadora aponta o facto de na sociedade francesa as mulheres preferirem suprir primeiro as necessidades dos maridos e só depois as dos filhos o que significa que estas não abdicam do seu papel de esposa que contribui para o orçamento familiar mesmo tendo filhos - e não são julgadas por isso - e por isso não necessitam de se privar de os ter.
As posições da filosofa são controversas por exemplo, quando afirma que os movimentos ecologistas são machistas e estão, em nome do ambiente,a empurrar a mulher à reclusão do lar. Tenho que concordar que um Governo que visa taxar as fraldas descartáveis por estas serem muito poluentes em vez de dar icentivos para que se criem alternativas igualmente descartáveis mas biodegradáveis, é um Governo que, como diz a autora, se preocupa mais com o ambiente do que com as mulheres mas também poderá ser, digo eu, um Governo que vê em todo o lado oportunidades para arrecadar dividentos de impostos. Mais difícil de concordar é com a crítica da autora às mulheres que optam por não tomar a pílula contraceptiva, por ter partos sem epidural e/ou em casa por, diz-nos, estarem aterrorizadas com tudo o que é articifical.
Fala-nos ainda da necessidade feminina de ajustar contas com as suas mães e no papel deste "ajuste de contas" na saída das mulheres para o trabalho "não vou ficar sacrificar a minha vida e ficar em casa como a minha mãe" - diziam as mães nos últimos 30 anos - versus o actual "primeiro o meu filho, não vou trabalhar e relega-lo para segundo plano como a minha mãe".
Uma outra opinião controversa é a de que, com as actuais directivas sobre o aleitamento materno, os pais se tornam meros espectadores que deixaram de ter que se preocupar em dar o beberão aos filhos. Mas, pergunto eu, a participação activa nas tarefas domésticas, com ou sem filhos, passa apenas por dar um biberão?
A supressão das desigualdades de género não passam por decidir se é a mãe que amamenta a cria ou o pai que lhe dá o biberão. Fazer a mãe ir trabalhar uns dias depois de dar à luz ou ter uma sociedade que se organizou de forma a que tanto mulheres como homens se sentem sozinhos e infelizes em casa com os filhos - e por isso preferem ir trabalhar - também não é grande garante de igualdade. Da mesma forma que ser mulher não deve ser sinónimo de ser mãe, ser humano/a não deve ser sinónimo de ser trabalhador/a.
Finalmente,esta obra - e as posições consentâneas com a mesma - prima pela ausência de referências às necessidades dos recém nascidos e das crianças e parece fazer uma dissociação entre estes e o mundo dos adultos como se nenhum de nós nunca tivesse sido bebé e criança.
O Mito da super mãe: naturalismo, conservadorismo...? Parte II (ou a real importância de uma definição quantificável de mãe)
O título, "Regresso do mito da super mãe" encerra em si um conjunto de contradições que são, na minha opinião, o espelho da importância atribuída na nossa sociedade às mulheres, às mães e às crianças.
Do (não) direito à escolha:
Parece-me interessante que as escolhas individuais em relação à maternidade sejam alvo de crítica pública e que estas críticas venham de mulheres que se dizem feministas e emancipadas. Ser feminista não implica ser masculina e, na minha humilde opinião, a tecnicização da gravidez, parto e cuidados aos bebés (incluindo aleitamento/alimentação) corresponde à masculinização do universo feminino. Se verificarmos atentamente, os movimentos feministas são mais ou menos conservadores, mais ou menos emancipados - dependendo do contexto em que se inserem - e por isso dissociar feminismo e maternidade parece-me ser um "erro grosseiro" só justificável numa sociedade que faz a apologia do sucesso mas nunca o associa à maternidade.
Do regresso sem ponto de partida:
Sem atentar à contradição com o anteriormente enunciado, as escolhas parentais ditas presentes, são também vistas como um “retrocesso ideológico” fruto da escalada do conservadorismo típico dos tempos de crise - qual movimento patriótico, racista, xenófobo - o que demonstra um absoluto desconhecimento do perfil destas mães e famílias “presentes e disponíveis”.
O mito da super mãe: naturalismo, conservadorismo...? Parte I
O mito da supermãe está a regressar
Para a filosofa e feminista francesa Elisabeth Badinter, "uma revolução silenciosa" instalou-se nos últimos anos em França depois da revolução feminista dos anos 1960. O resultado é um retrocesso ideológico relativamente ao papel das mulheres, com "um regresso ao naturalismo" na maternidade e a "culpabilização das mães", pressionadas a amamentar os filhos, a abdicar da carreira, a serem uma espécie de "supermães".
Umas identificam-se plenamente com o alerta lançado por Elisabeth Badinter e dizem ter finalmente encontrado alguém que as compreende; concordam com o princípio de que a sociedade impõe um modelo de maternidade que as faz esquecerem-se de si próprias, do seu corpo, do seu trabalho, da sua sexualidade, e reconhecem a pressão subjacente ao facto de que a identidade feminina se afirma através da maternidade. Outras refutam a ideia de que amamentar e ser uma mãe presente e disponível para os filhos representa um castigo ou uma tirania, como defende a autora.
Estando ou não de acordo, a análise de Badinter é "absolutamente crucial, uma reflexão que não tem sido feita, um grito de alerta muito importante neste momento", disse ao P2 Ana Cristina Santos, socióloga especializada em Estudos do Género e investigadora no Birbeck Institute for Social Research de Londres.
Direito à escolha
A especialista portuguesa reconhece o lado verdadeiro no discurso de Elisabeth Badinter, mas diz que feminismo e maternidade "não são irreconciliáveis", desde que prevaleça "o direito à escolha", essa grande conquista dos movimentos feministas no século XX. E lembra o slogan que dominou as campanhas para a despenalização do aborto em Portugal - "A maternidade deve ser uma escolha, não um castigo" - para dizer que ele ilustra esta tensão entre feminismo e maternidade. Essa tensão, porém, "não é inevitável", insiste.
A investigadora nota que, na Noruega, foi o movimento feminista que conseguiu que a licença de maternidade fosse prolongada para um ano - ser feminista não significa necessariamente ser contra um modelo de mãe presente.
"Não podemos assumir escolhas pelas pessoas. Essa ênfase no direito à escolha e à autodeterminação individual é a herança comum dos movimentos feministas", frisa.
Em Portugal, especifica, este regresso ao naturalismo não se verifica de forma tão contundente, embora "haja pressão para as mães amamentarem". Muito importante para esse debate sobre os benefícios da amamentação tem sido a posição da comunidade médica e científica - agora diz que o leite materno é melhor para os bebés, mas nos anos 1960 e 1970 dizia que era o leite em pó.
Representante do movimento feminista português, Maria José Magalhães reconhece o fenómeno que aponta Elisabeth Badinter, mas considera que ele é mais notório noutros países.
"Em Portugal, o retrocesso ideológico relativamente ao papel das mulheres na sociedade é menor porque acontece em paralelo com os avanços ideológicos no que se refere à igualdade", disse ao P2 a presidente da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta) e investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Maria José Magalhães enumera a igualdade no trabalho, a aprovação das licenças de maternidade e paternidade, a despenalização do aborto em 2007. Mas reconhece: "Na ideologia conservadora, há este novo mito de a mãe ficar a cuidar dos filhos e volta este ideal da maternidade. Quando há grandes crises, surgem essas ideias".
Mas nota que um estudo de 2008 (revisão de vários estudos feitos nos Estados Unidos desde a década de 1970) concluiu que os filhos de mães trabalhadoras são mais felizes, mais bem sucedidos e mais resistentes do que os outros. "Se a mãe não se sentir realizada, a relação com a criança também não é boa", salienta a investigadora. O mais importante para a relação não é a quantidade, mas "a qualidade" do tempo que a mãe passa com a criança.
Ana Cristina Santos reconhece, como Elisabeth Badinter, que "existe um discurso conservador que tem de ser desafiado". Mas modera a questão, apontando um ponto de vista diferente: "O discurso da mulher como mãe também tem uma componente emancipatória porque tem significado direitos adquiridos [como a licença de maternidade] e tem representado reconhecimento social para as mulheres".
Um primeiro passo
O livro é dedicado a Robert Badinter. O marido da escritora e distinto jurista foi o responsável, enquanto ministro da Justiça do Presidente François Mitterrand, pela abolição da pena de morte em França em 1981, um combate que iniciara em 1972. Poderá este acontecimento mudar as mentalidades, as dinâmicas? Será Elisabeth Badinter uma segunda Simone Veil, ministra da Saúde que, em 1974, lutou e conseguiu que fosse aprovada a despenalização da interrupção voluntária da gravidez em França? Ou será este livro apenas mais um episódio de passagem no debate feminista?
Muito vai depender da forma como "o movimento feminista agarrar o tema", considera Ana Cristina Santos. "Se aproveitar o embalo para discutir estas questões, para demarcar espaço social e político também nesta área da maternidade [como o tem feito com o aborto e a violência doméstica], então acho possível fazer-se a diferença. Senão será apenas um primeiro passo, mas um passo importante."
Porque as birras acontecem.......
Uma vez, vi um miúdo a chorar e gritar de tal maneira por não o deixarem fazer determinada coisa que até ficou com falta de ar e tiveram que o socorrer com uma maquineta de vapores. Fiquei impressionada com aquilo. Todos estavam em sofrimento e penso que muito dificilmente alguém poderia dizer que aqueles pais estavam errados por não deixar o seu filho de 3 anos ir para a rua numa noite de frio e chuva (era disso que se tratava).
O miúdo já estava constipado, tinha febre, estava com sono e havia visitas em casa. Agora penso que a birra e a crise de falta de ar foram a única forma que ele encontrou de exprimir o seu mal estar.
Só espero saber lidar, de forma não violenta, com situações destas quando acontecerem com os meus filhos porque sei que vão acontecer :)
"Consuming Kids: The Commercialization of Childhood"
Amamentação exclusiva até aos seis meses, porquê?
A doula Mariana Simões, explica-nos no seu blog Parir com a Alma, os porquês da amementação exclusiva até aos seis meses.
Porque confere ao bebé uma maior protecção contra a doença.Porquê?
Porquê amamentar exclusivamente até aos 6 meses?
A resposta imediata é muitas vezes...Porque são as indicações da OMS(Organização Mundial de Saúde). Sim...mas PORQUÊ?
Aqui ficam as principais vantagens de amamentar exclusivamente os nossos bebés :)
Apesar do bebé continuar a receber imunidade enquanto estiver a ser amamentado, esta imunidade é muito maior se o bebé estiver a ser alimentado exclusivamente com leite da mãe. O leite materno contém mais de 50 factores de imunidade, e provavelmente mais que ainda continuam desconhecidos.
A amamentação exclusiva ajuda a manter a produção de leite materno
Traduzido de "Why delay solids?" http://www.kellymom.com/Aconselho vivamente a consulta do documento original, tem todas as referências bibliográficas e links interessantes sobre o tema.
Gritos, choros e birras, o que fazer?
A primeira dica: tratar as crianças como pessoas e não como crianças. Isto é, como falaríamos com um adulto se não nos agradasse alguma coisa que ele estivesse a fazer? É dessa forma que devemos tratar as nossas crianças. Agora, talvez tenham aqui o mesmo problema que eu... quando não me agrada algo que um adulto esteja a fazer, viro costas para não ter que lidar com o assunto e com um filho não posso simplesmente virar costas. Talvez seja por isso que acabamos por gritar, arregalar os olhos e fazer caras feias aos miúdos? Talvez seja por não sabermos como ser assertivos que acabamos por não conseguir comunicar com os nossos filhos de forma não violenta e ainda por cima ficamos com remorsos? Se assim for, somos nós que temos um problema a resolver e não os miúdos...
A segunda dica: dizer sempre o que queremos e não o que não queremos. Caricaturando, ao dizer "Filho/a, não vás para a rua!" Sabemos lá se eles ouve só "rua" e pensam, "olha que boa ideia, vou para a rua". O melhor é dizer, "Filho/a fica no passeio" (esta dica preciosa veio daqui).
A terceira dica: Amor incondicional. Não devemos dizer coisas como "feio/a" ou "mau/má" porque fazermos coisas feias não nos torna pessoas feias. Mas também não devemos dizer que um/uma "lindo/a menino/a" quando faz uma coisa boa porque isso é tão condicional como as palavras negativas. Isto é, fazer uma boa acção, que foi comentada por terceiros, não torna uma pessoa boa. Se assim fosse, isso significaria que quando não estão a fazer boas acções que sejam comentadas pelos pais, eles são maus. Pelo menos é assim percebem as coisas e toca a agir em conformidade. Esta ideia percebe-se melhor quando explicada pelo autor da obra Inconditional parenting e este resumo que a M. me enviou é mesmo muito bom.
A quarta dica: Quando os miúdos estiverem numa daquelas birras dignas de serem filmadas, devemos pensar numa forma de lhe mostrarmos o quanto os amamos sem ter que dizer nada. Eles fazem birras quando estão cansados, doentes aborrecidos etc.. e não porque são maus e tem que der "domados", "condicionados", "limitados" etc... há uma mãe que teve uma ideia gira para se lembrar sempre de mostrar aos filhos o seu amor.
Quinta dica: assumir que os nossos filhos são manipuladores e que necessitam de limites impostos é assumir que as suas "crises" não passam de dramatização. Será que uma criança tão pequena é capaz de elaborar um pensamento de uma complexidade tal que consegue "representar" só para nos irritar? Ou será que a criança está de facto em stress e é a nossa função encontrar e solucionar a verdadeira causa do stress e não a sua manifestação? Se ela faz birra porque está cansada de uma viagem de carro ou porque passou muito tempo sem ver a mãe, não adianta fazer-lhe cara feia mas também não adiantaria dar-lhe o objecto cuja falta parece ter provocado a birra. Acredito mesmo que a repetição da resposta desadequada (seja o grito ou dar o suposto objecto) é a responsável pela criação dos padrões de comportamento dos quais não nos conseguimos livrar em adultos.
Mortalidade materna no Haiti
75% dos partos Haitianos acontecem em casa e mesmo em caso emergência (por exemplo, hemorragia grave), as parturientes não se dirigem ao hospital quer seja por não confiarem nas instituições de saúde, quer seja por falta de recursos para o fazer.
Neste documentário, filmado antes e depois do terramoto, relatam o trabalho desenvolvido no sentido de aproximar as parteiras tradicionais das instituições de saúde existentes no país.
Não querendo menosprezar a importância do apoio médico sempre que ele é necessário, não consegui deixar de me questionar sobre as práticas de partos hospitalares que aparecem neste vídeo como sendo a solução para os problemas da mortalidade materna elevada: mulheres deitadas de costas em macas com muitas pessoas de luvas, máscaras e utensílios vários à sua volta. Mas não estava provado que isto não funciona?
É interessante como falam e mortalidade por falta de recurso a apoio médico apoio sempre que há uma emergência, para, a seguir, baralharem tudo e acabarem por retratar o parto domiciliar e a intervenção das parteiras tradicionais como os responsáveis por essa elevada taxa de mortalidade.
Para quando um desenvolvimento que respeite os costumes locais, neste caso, que respeitem as formas tradicionais de parir e a fisiologia da mulher e do parto?