Grávida determinada

Porque eu quero.

Dito assim pode parecer birra de miúda mimada. Tirem daí a ideia. É muito mais que mero capricho, não é sequer pura convicção. É fé, mesmo, com tudo o que a fé tem de inabalável, certo, inquestionável, absoluto: O MEU PARTO SERÁ MEU.

Eu, que engravidei porque quis e quando quis, estou agora a garantir que terei também o parto que quero: ninguém conseguirá prender-me a uma cama de hospital por um minuto que seja; ninguém vai conseguir manter-me permanentemente monotorizada; ninguém me vai perfurar a pele com uma agulha; ninguém vai praticar sobre mim tricotomia ou enema; aqui a episiotomia não vai abrir caminho; com o meu filho ninguém fica por mais de um minuto; a única coisa que o meu filho conhecerá para mamar será a mama da mãe.

E a quem se atrever a contrariar o que aqui determino - e reparem que eu não falei em "desejo", nem em "plano de parto" tão pouco, falo em determinação! - eu asseguro um processo em tribunal, caso não me explique, de forma absolutamente convincente, o desrespeito pela minha vontade.

Esta criança tem mãe. Esta criança tem pai. Esta criança tem uma irmã que nos ensinou, com o seu próprio nascimento, o que um parto não é, nem pode ser nunca. Só nos apanharam desprevenidos uma vez. Chega! Saiam-nos da frente, que não pensamos duas vezes antes de vos passar por cima!

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