É mau sonhar, aprender, reconhecer que podemos ser, fazer, tentar???

O Eduardo Sá escreve bem, nos últimos meses, todas as suas intervenções opontam o dedo aos muitos dos constrangimentos que, irrefectidamente, impomos às nossas crianças.

Nas suas intervenções, quase conseguimos sentir que houve uma gota de água que fez tranbsbordar o copo, um desalento face ao culturalmente instituído, uma necessidade de trazer à superfície o que está mal e o bom que poderia ser. Quase como se já não houvesse tempo para perder tempo a esperar que algo mude.

Tudo isto sinto, ao ler os seus textos mas, sempre que os leio, parece-me que as mensagens que pretende transmitir apenas chegam à minoria do custume, que só quem já está alerta consegue perceber do que males se está a a falar, para que narizes aquele dedo aponta, que outras formas de fazer existem...

Hoje, ao ler O Manifesto contra as Histórias, estava eu a pensar: " o texto é muito, muito bom mas, infelizmente, os portugueses tiveram horas a mais na creche/escola, a repetir letras, e histórias a menos para que possam compreender as muitas mensagens que o senhor pretende transmitir" e, eis que chegam os comentários e me deparo com isto:

"Fiquei baralhada...
As história são tudo o que disse, mas no que disse não vejo mal algum!
É mau sonhar, aprender, reconhecer que podemos ser, fazer, tentar??? É mau unir dois colos? E se ao invés de desarrumarem conseguirem arrumar algo por dentro? As histórias não potenciam a capacidade simbólica e a capacidade fantasmática? Isso não é bom? Não é saudável pôr adultos a dar enfase a uma história de crianças quando vive uma rotina entediante? Não é bom mostrar as emoçoes numa sociedade onde não há tempo para as sentir? Não serão as histórias que nos permitem acreditar, esperar, desejar, perseverar para que um dia também nós alcancemos os nossos sonhos e façamos a nossa própria história??? (...) Tenho-o como uma referência no exercício das minhas funções, porque me faz sentido, porque fundamenta e argumenta com lógica e coerência para além dos quadros teóricos de referência, logo é-me importante percebe-lo quando é menos claro.
Não pelos desígnios da Psicologia mas por experiência própria elegi as histórias (não apenas escritas) como um excelente contributo para poder ser e vir a ser, antes mesmo de perceber que era alguma coisa.
"

O nível de iliteracia em PT ronda os 82% e os eruditos esquecem-se desse pormenor.

O comentário que deixei na Pais e Filhos foi, "Talvez o Eduardo possa começar a escrever a dois compassos? Um mais criativo e um mais explicativo? É pena perderem-se as mensagens da única pessoa que em Portugal escreve em defesa das crianças."

O vídeo que se segue é mesmo, muito, muito bom para nos ajudar a perceber:
1º) o quanto somos priveligiados, nós, os que lemos e compreendemos este e outros textos;
2º) em que meio nos movimentamos e a que pessoas andamos a tentar explicar o nosso modo de vida e as nossas escolhas;
3º) o que a escola que temos fez a gerações e gerações de portugueses;
4º) O tipo de linguagem que devemos utilizar nas nossas intervenções - sejam escritas, orais, formais ou informais, para que possamos ser compreendidos/as.

http://youtu.be/tP2y0vU7EG8


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