Deixo partir

Sinto-me a chegar ao fim de um sonho.

Hoje, deixo partir do meu corpo, mente e espírito, a certeza que tinha de, um dia, voltar a sentir o meu ventre a gerar nova vida. Vou ser mãe de um só filho nascido e abençoo os que, não chegaram a nascer.

Hoje, deixo partir o do meu corpo, mente e espírito, o desejo de, diariamente, sentir os meus pés sob a terra, estar rodeada de árvores, cultivar e ver crescer o alimento que ponho na mesa.

Hoje, deixo partir do meu corpo, mente e espírito a vontade de criar o meu filho em casa, entrego-o à vida, como aconteceu com a maioria das crianças nascidas nesta época e localização geográfica.

Hoje, deixo partir do meu corpo, mente e espírito, a minha anterior renuncia ao mercado de trabalho. Aceitarei sem questionar as possibilidades de trabalho remunerado que me surjam e farei o meu melhor para responder de forma clara e agradecida às solicitações que me foram feitas.

Hoje, deixo partir do meu corpo, mente e espírito, o desejo de ver e sentir quem me rodeia feliz e saudável. Nada posso face ao percurso escolhido pelos outros.

Hoje, deixo partir do meu corpo, mente e espírito tudo o que alguma vez pensei saber sobre o amor e os relacionamentos amorosos. O amor É, sem necessidade de expectativas. Está em todo o lado.

Hoje, deixo partir do meu corpo, mente e espírito, a ideia de que posso ajudar ou influenciar positivamente alguém com as minhas palavras ou actos. Esvazio-me de todo o conhecimento. Eu, nada sei.

Sinto que quanto mais caminho para os meus desejos e objectivos, mais deles de afasto. Hoje, entrego-os a todos, desfaço-me deles, torno-me mais leve. Chega.

Praticamente tudo o que partilhei neste blog deixa de fazer sentido, se nunca vai ser a minha realidade.

Espero, assim, seguir mais leve e presente para o milagre que, todos os dias, desabrocha nos meus braços.

Parto com a tristeza de quem enterra um sonho mas com a alegria tranquilidade de quem teve a lucidez de o fazer.

Foram 5 bons anos de descobertas e partilhas.

Grata a quem me acompanhou.

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Lea e Jacob



(...)as mãos dele
ganharam vida. Vaguearam pela minha cara, pelo meu cabelo, e
depois, oh, pelos meus seios e pela minha barriga, pelas minhas
pernas e pelo meu sexo, que ele explorou com o mais leve dos
toques. Era como o toque de uma mãe a seguir os traços da orelha
da sua criança recém-nascida, uma sensação tão doce, que eu sorri.
Ele olhou para o meu prazer e assentiu com a cabeça. Ambos rimos.
E, então, Jacob falou com ternura à sua primeira mulher.
- O meu próprio pai raramente falava comigo, e parecia
preferir a companhia do meu irmão - sussurrou ele. - Mas, uma vez,
enquanto viajávamos, passamos por uma tenda onde um homem
batia numa mulher, esposa, concubina ou escrava, não havia
maneira de saber. Isaac, meu pai, suspirou e disse-me que
nunca tinha levado nenhuma mulher para a cama dele senão a
minha mãe, apesar de ela apenas lhe ter dado dois filhos pouco
tempo depois do casamento deles. Rebeca tinha-o recebido com
ternura e paixão quando se tinham casado, porque enquanto noivo
dela, ele tinha-a tratado como se ela fosse a Rainha do Céu e ele
fosse o consorte dela. A união deles era a união do mar e do céu, da
chuva e da terra seca. Da noite e do dia, do vento e da água. As
noites deles estavam cheias de estrelas e de suspiros, enquanto eles
interpretavam os papéis de deusa e de deus. As carícias deles
engendravam mil sonhos. Dormiam nos braços um do outro todas
as noites, exceto quando chegava o tempo de ela entrar na tenda
vermelha, ou quando ela amamentou os filhos. Foi isto que o meu
pai me ensinou acerca de maridos e mulheres - disse Jacob, meu pai,
a Lea, minha mãe, na primeira noite que passaram juntos. E, depois,
chorou pela perda do amor do pai dele.
Lea chorou também, por pena do marido dela, e também de
alívio e de alegria pela boa sorte que tinha. Ela sabia que a própria
mãe dela também tinha chorado na sua noite de núpcias, mas essas
lágrimas tinham sido lágrimas de desespero, pois Labão tinha sido
rude desde o inicio.

Lea beijou o marido. Ele beijou-a. Beijaram-se uma e outra
vez. E mesmo nessa primeira noite, quando tinha a carne tenra de
ser aberta por um homem, Lea respondeu ao toque dele. Ela gostava
do cheiro dele e da sensação que a barba lhe provocava na pele.
Quando ele entrou nela, ela fletiu as pernas e o sexo com uma
espécie de força que a surpreendeu e que, a ele, lhe agradou.
Quando Jacob gritou, no prazer final, foi inundada pela sensação do
poder que ela própria tinha. E quando ela seguiu a própria
respiração, descobriu o prazer próprio, uma abertura e um
preenchimento que a fizeram suspirar e ronronar e, depois, dormir
como não dormia desde criança. Ele chamou-lhe Innana. Ela
chamou-lhe Baal, Irmão-amante de Ishtar.
Deixaram-nos a sós durante todos os sete dias e sete noites.
Levavam-lhes comida, ao amanhecer e ao anoitecer, e eles comiam
com a fome insaciável dos amantes. Pelo final da semana, tinham
feito amor a todas as horas do dia e da noite. Estavam certos de ter
inventado mil novos métodos de dar e de receber prazer. Tinham
dormido nos braços um do outro. (...)

A Tenda Vermelha, Anita Diamant
 
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Do monte ao metro


Acabadinhos de chegar da montanha, campismo selvagem, água de nascente, fogueira, cantigas, comida partilhada, sorrisos a abraços a cada passo... para logo entrar no metro, atravessar a cidade, lidar com os odores, as imagens tristes de pessoas de olhar vazio, crianças sem alma, pedintes, sujidade, escuridão, em todos os sentidos (...imenso suspiro...).

Decidi não trazer o peso da viagem de metro (aeroporto-anjos) para casa, em vez disso, dei um longo passeio a pé, comprei o jaspe e a ágata que o miúdo pediu - "mamã, eu quero um colar com cristais vermelhos, quero o poder das pedras vermelhas", atravessei a Almirante Reis, rumei à Mouraria e subi à Graça pelas velhas escadinhas fedorentas mas, ainda assim, fascinantes.

Pelo caminho, encontrei amigos de longa data - sim, quando se começa a envelhecer, muitas coisas começam a ser "antigas - ambos em passeio com os seus filhos, o que me levou do "caos" a "casa" em segundos.

Chegada ao ninho, numa espreitadela rápida ao e-mail, li esta mensagem:

"Most of us live in a town, or near one, or in a city. Many of us live in houses—some attached, some stacked up, some with wheels. But all of us live in the present, in our families, in our bodies, and in our minds. We live, in part, in the thoughts of others. We live, sometimes, in peace and joy. We live in our imaginations, and in our dreams, and in our memories.

Stand in the place where you live... (*)

SandraDodd.com/wonder

e, senti o coração a apaziguar...



(*) http://justaddlightandstir.blogspot.pt/2013/04/where-we-live.html


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É bom não ser autónoma, é bom não ser independente, não temos que ser máquinas!




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Quantos queres?


Simples e divertido, permite aprender as cores, aprender a contar, fazer exercício, conhecer novas palavras... a imaginação é o limite.


E'ventar


Também compramos um pega monstros, que se estragou em meia hora mas foram uns 30 minutos bem divertigos e pegajosos.


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Círculo de pais de Mouraria


 No próximo domingo, dia 7 de Abril, vamos recomeçar os circulos de pais da Mouradia


7 Abril - Amamentação e regresso ao trabalho com Patrícia Paiva - Conselheira de Aleitamento Materno, Mamar ao peito

21 Abril - Vacinação e homeoprofilaxia, com Drª Mariana Caixeiro - Eu Trato Você Cura

Aqui fica o blog circulodepaisdamouraria.com toda a informação sobre a programação de Abril e Maio.

É possível vir apenas a uma das sessões ou vir a todas de forma continuada.
As inscrições podem ser feitas através do blog ou para os seguintes contactos:
mourariacomunica@gmail.com / 218 885 203 / 922 191 892

Valor: 3 euros por sessão ou 10 euros por 4 sessões

Local: Mouradia - Casa Comunitária da Mouraria: Beco do Rosendo, nº 8 e 10 (entre o Martim Moniz e a Rua da Madalena).

http://circulodepaisdamouraria.blogspot.pt/

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