Chupeta: Sim ou não?

O instinto da sucção nasce com o bebé. É graças a ele que a começa a mamar poucos minutos após o nascimento, como se soubesse exactamente como fazê-lo. Mas não foi a primeira vez que chuchou. Treinou no útero da mãe como chuchar, recorrendo ao seu polegar. O movimento de sucção acalma os bebés, ajuda a diminuir as tensões e apazigua o stress. A explicação parece estar no facto de que os movimentos rítmicos lembram o bater do coração da mãe e funcionam como um embalo.

Por isso, muitos pais oferecem a chupeta ao bebé, que provavelmente até já fazia parte do enxoval antes do nascimento. Contudo, a teoria de que é melhor habituá-los à chupeta para evitar que comecem a chuchar no dedo não é consensual.

Alguns especialistas defendem que o dedo tem vantagens pois é a mais natural forma de sucção, a que já vem do útero materno. Não não há necessidade de substitui-la por uma chupeta que cai ao chão e se pode perder. Além disso, é um recurso da criança e não exterior, o que pode ser importante do ponto de vista psicológico.
Mas há quem alerte para a maior dificuldade em deixar de chuchar no dedo comparada com o momento de deixar a chupeta. Este argumento, contudo parece não fazer sentido uma vez que tal como as crianças deixam naturalmente a chupeta quando encontram outras formas de se consolar e acalmar, o mesmo acontece com as que chucham no dedo. E tal como existem as que chucham no dedo até mais tarde, também há as que têm muita dificuldade em desapegar-se da chupeta, mantendo o hábito por vezes até depois dos cinco anos.

Quando começar?
Um aspecto importante a ter em conta é que a chupeta não deve ser oferecida enquanto a amamentação não está bem estabelecida. Pelo menos durante o primeiro mês, em que o bebé está a adaptar-se à alimentação através do peito da mãe, o mamilo deve ser a única «fonte» de sucção.

Como controlar?
A partir dos 12 meses é importante começar a controlar o uso da chupeta. Mesmo antes disso não é benéfico estar constantemente a oferecer a chupeta ao bebé. Ao mínimo sinal de desconforto, alguns pais têm tendência a oferecer de imediato a chupeta, mas essa não é uma boa política. A criança que chora porque tem alguma necessidade não satisfeita não deve ser calada com a chupeta.

A chupeta deve ser usada na hora de adormecer e em casos excepcionais de muito cansaço ou stress e não andar pendurada constantemente na roupa da criança, pronta a usar em qualquer altura. Ao acordar, a partir dos 12 meses, deve ser o próprio bebé a deixar a chupeta na cama, o lugar dela.

Quando parar?
Porque afecta o desenvolvimento dos dentes, alterando a forma da arcada dentária, os especialistas em odontologia recomendam que se promova o adeus à chucha até aos dois anos. Aliás, quanto mais cedo, melhor. Além da dentição, pode também afectar o desenvolvimento da fala, por isso, se o seu filho não consegue de todo abandonar o hábito, procure pelo menos restringi-lo ao máximo.

Como parar?
Não se deve forçar a separação da chupeta e o que parece uma vantagem - poder fazê-la desaparecer de um momento para o outro e cortar com o mal pela raíz quando os pais bem decidem - pode afinal ser uma desvantagem.
O pediatra Mário Cordeiro alerta que «não é criando mais insegurança que se gera segurança». E no fundo trata-se de dar mais segurança à criança para que ela possa sentir que consegue tranquilizar-se e entrar no sono sem a chupeta ou o dedo. Sentir que tem esses recursos em si.

Combinar uma data, como o aniversário ou o Natal pode ser uma boa estratégia para crianças que já estão nos três anos. Mário Cordeiro sugere também fazer uma caminha para a chupeta ao lado da cama da criança, colocá-la numa caixa de fósforos, por exemplo, para que ela não se sinta «expoliada». Ou seja, continua a tê-la, mas percebe que já é capaz de não recorrer a ela. Ter a segurança de tê-la ali ao lado, se precisar, funciona bem com algumas crianças. E depois de adormecerem na primeira noite sem chuchar, rapidamente se esquecem que alguma vez precisaram de o fazer.

Se entre os quatro e os cinco anos a criança ainda usa chupeta ou chucha no dedo, os pais devem discutir o assunto com o médico assistente ou consultar um psicólogo que possa avaliar o desenvolvimento e encontrar uma possível perturbação.

Fonte: http://www.mae.iol.pt/artigo.php?id=1088409&div_id=3641

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