A primeira vez que li sobre a teoria da vinculação de Bowlby, foi no livro "Do not disturb"da Deborah Jackson. Na altura fiquei muito surpreendida por saber que um bebé que parece nem notar que a mãe (ou cuidador principal) se ausenta pode estar a revelar uma vinculação insegura (neste caso evitante) e isso será um estado emocional tão negativo como o bebé com uma vinculação insegura/resistente, isto é, que chora iconsolavelmente com a separação da mãe.
Sempre ouvi dizer que um bebé que nem nota a separação da mãe, que "vai ao colo de toda a gente" e fica feliz no berçário é um bebé independente e isso é o que toda a mãe deve almejar para o seu rebento. Conhecer os resultados das investigações de Bowlby (e pesquisas posteriores) permitiu tranquilizar a parte de mim que não compreendia como é que a separação precoce do meu filho podia ser positiva para ele e ser tão dolorosa para mim.
A indicação deste vídeo foi-me fornecida pela Natália Fialho - com quem estou a fazer o curso de Comunicação Não Violenta - é um óptimo ponto de partida para saber + sobre a teoria da vinculação:
A Natália também teve a gentileza de enviar uma síntese em português:
O TESTE DE SITUAÇÃO ESTRANHA
A partir da teoria de Bowlby, Ainsworth e Wittig (1969) elaboraram um procedimento laboratorial para qualificar o vínculo formado entre o bebé e sua principal figura de cuidado, denominado de “Teste de Situação Estranha”, o qual permitiu observar as manifestações comportamentais do apego e examinar o equilíbrio entre o apego e o comportamento exploratório, sob condições de alto e baixo stress em crianças.
Nestas condições, o comportamento é activado como consequência da separação da figura cuidadora. Este trabalho trouxe importantes contribuições para a teoria do apego, ao demonstrar que o apego resultante da interacção bebé – mãe, varia na dependência do tipo de cuidado materno e das características inerentes ao bebé. As respostas dos bebés observadas neste teste possibilitaram a classificação do apego em quatro padrões:
Seguro – o bebé sinaliza a falta da mãe na separação, saúda activamente a mãe na reunião, e então volta a brincar;
Inseguro – evitante – o bebé exibe pouco ou nenhuma aflição quando separada da mãe e evita activamente e ignora a mãe na reunião;
Inseguro – resistente - o bebé sofre muito, tem muita aflição ou angustia pela separação e busca o contacto na reunião, mas não pode ser acalmado pela mãe e pode exibir forte resistência;
Inseguro – desorganizado – apresenta comportamento misto, ora como evitante, ora como resistente.
Obrigada pela partilha... Também estou a fazer o CNV com a Nat (a semana passada não pude assisti).
ReplyDeleteInformação interessante... quando recomeçei a trabalhar, a minha filha estava no segundo; agora, felizmente, está no primeiro! fico contente! :) mas também acredito que eles vão mudando de comportamento consoante a fase da vida, como mudam em tantas outras coisas...
ReplyDeletedescobrir estas pesquisa do Bowlby foi muito importante para mim. Agora estou-me a prepara para estudar o assunto mais em profundidade porque estou cada vez mais fascinada com as controvérsias em torno da vinculação dos bebés.
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