Do campo, para a cidade, para o campo......


Já lá vão 15 anos desde que me mudei para Lisboa. Lembro-me bem da liberdade que senti na "cidade grande" conferida especialmente pelo anonimato e pela dimensão do edificado. Alguém já teve aquela sensação boa de estar numa cidade desconhecida, sem saber muito bem para onde ir, meio perdido entre as suas muitas ruas e edifícios enormes? Essa era a minha experiência diária em Lisboa, em 1995. No tempo que que ir a pé da Av. de Berna ao Bairro Alto se transformava numa aventura cheia de descobertas.

Um par de anos depois, Lisboa tornou-se pequena e procurei a liberdade da "cidade grande", noutras capitais europeias, sempre entusiasmada com a sua dimensão e as suas possibilidades.

Há um par de anos para cá, a liberdade que sentia na "cidade grande" transformou-se em quase "opressão". 15 anos depois, anseio pelo regresso a uma vivência onde o anonimato não se revista de indiferença, onde o edificado tenha uma dimensão humana, onde o construído e o "natural" dialoguem em vez de, como em Lisboa, se agredirem e aniquilarem, onde o ar seja de qualidade, onde eu não tema pela saúde e bem estar da minha família. Não digo que seja um "regresso ao verde" porque pode até ser um começo numa cidade que ao contrário de Lisboa, seja mais amiga dos seus habitantes.

Ainda bem que fiz este percurso e agradeço aos 15 anos de experiências, vivências, amizades, conhecimentos que me permitiram chegar até aqui com a consciência de mim, do mundo e da vida que tenho agora.

Para apoiar a reflexão sobre este percurso contínuo, surge mais uma rubrica no Want a Miracle a que chamei "Do campo, para a cidade, para o campo......". Aqui espero compilar as todos os raminhos que me irão ajudar a dar o salto para a construção do novo lar de madeira com vista para o verde.



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