O branco, o cinzento e o verde

http://www.etsy.com/listing/79295196/vintage-1950s-60s-womens-white-nurses
Acabo de herdar as fardas de enfermeira da minha mãe, incluindo o tradicional capote azul. Em tempos, já há quase vinte anos, também havia herdado os pequeninos quepes brancos mas, já não me consigo lembrar o que fiz com eles.

Hoje, ao abrir o saco das fardas, comecei a imaginar o que poderia fazer com elas. Se vier a estudar tudo o que agora me fascina, até que as poderia vestir. Calça branca, camisa branca com preguinhas, botões e dobrinhas várias, dão a qualquer pessoa um ar muito sapiente e profissional.

Assim que vesti o capote, a minha imaginação levou-me para o meio das montanhas, num fim de tarde de inverno, a neblina a cobrir os campos e eu, a abrir a pesada porta de madeira da cozinha, colocando o capote aos ombros, para me abrigar  na saudação, diária, ao silêncio e à noite que nos abraça. Atrás da porta encostada, crepita o lume que aquece a água no caldeirão de ferro e brincam os nossos quatro filhos, em grande algazarra, em torno da mesa encerada na qual rodopiam os lápis, em centelhas de cor.

Os meus sonhos levam-me sempre para a floresta, a montanha, para o verde intenso com cheiro pinho e a terra molhada. Uma realidade tão diferente das cores e dos odores que constituíram (e constituem mas por motivos diferentes) os dias da minha mãe, durante toda a sua vida.

Gratidão ♥ *•.¸Paz¸.•♥•.¸Amor¸.•♥•.¸Sabedoria¸♥ •.¸Prazer¸.•♥•.¸Alegria¸.•♥•.¸¸ Vida

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