"Em 1970, enquanto pesquisava na Biblioteca do Congresso, encontrei uma
obscura história sobre arquitectura religiosa que aborda um fato como se
ele fosse de conhecimento público. O traçado tradicional da maioria dos
templos patriarcais imita o corpo feminino. Conseqüentemente, há uma
entrada externa e outra interna (grandes e pequenos lábios); um corredor
vaginal central que leva em direção ao altar; duas estruturas curvas e
ovarianas em ambos os lados: e, então, no centro sagrado, o altar ou
útero, onde acontece o milagre — onde homens dão a luz.
A cerimônia central das religiões patriarcais é aquela em que os homens assumem o poder yoni da criação, dando a luz simbolicamente. Não é por acaso que
líderes religiosos masculinos proclamam tão frequentemente que os seres
humanos nasceram em pecado — porque todos nascemos de criaturas
femininas. Somente quando obedecemos às regras do patriarcado é que
podemos renascer através do homem. Não é de espantar, portanto, que
padres e pastores borrifem uma imitação dos fluidos do nascimento sobre
nossas cabeças, nos dêem novos nomes e prometam que renasceremos para a vida eterna.
Não é de espantar também que o clero masculino tente manter as mulheres
longe dos altares e as mantenham longe do controle dos seus poderes de
reprodução. De modo simbólico ou real, tudo tem como objetivo o controle
do poder que reside no corpo feminino.
Desde então, nunca mais
tive aquela sensação de estranheza que me invadia ao entrar num templo
religioso patriarcal. Ao contrário, passei a caminhar pelo corredor
vaginal, planejando retomar o altar com os sacerdotes — fossem homens ou
mulheres — que não depreciassem a sexualidade feminina para
universalizar os mitos masculinos da criação, mas que, ao contrário,
multiplicassem palavras e símbolos espirituais e restaurassem o espírito
de Deus em todas as coisas vivas."
http://brasil.indymedia.org/ media/2009/02//440083.pdf
Monólogos da vagina
Gratidão ♥ *•.¸Paz¸.•♥•.¸Amor¸.•♥•.¸Sabedoria¸♥ •.¸Prazer¸.•♥•.¸Alegria¸.•♥•.¸¸ Vida
No comments:
Post a Comment