Gravidez e Estado de Graça

Pelo que pude ver na wikipédia, Estado de Graça diz respeito a "Uma pessoa que está em estado de graça vive na amizade e amor de Deus e, se nela morrer, vai para o Céu (...)"

Ao aplicar-mos a noção de Estado de Graça à gravidez estamos a dizer que a mulher grávida se encontra na protecção de Deus, não significando isso que não tenha pecados que necessitem de absolvição mas que mas que, está "momentaneamente" abençoada. "a graça é um dom universal e "socorro gratuito que Deus nos dá" para sermos "capazes de agir por amor d’Ele", para satisfazermos as nossas justas necessidades espirituais ou materiais e também para tornar-nos filhos de Deus e "participantes da natureza divina, da Vida Eterna".

Ou seja, não existe uma relação directa entre gravidez - estado de Graça e Felicidade/ Alegria!!! É a nossa interpretação que pretende estabelecer tal relação tendo-se tornado senso comum que a mulher grávida está/é feliz e saltitante de alegria. Aquelas que assim não estiverem/sentirem, que se recolham aos seus casulos.

É verdade que a gravidez tem o seu lado de magia, de expectativa e de antecipação. É também verdade que cada mulher sente de forma diferente os cerca de 9 meses de gestação mas, penso que para a maioria, estamos longe da alegria saltitante que nos querem fazer acreditar que devíamos sentir.

Vou listar algumas das maleitas que podem afectar uma mulher grávida (e que sem dúvida me tem vindo a afectar) e depois digam-me lá se é possível estar no tal estado idealizado "de Graça" de que tanto falam:

Começamos pelo período antes do anúncio do anjo Gabriel (actualmente substituído pelo Predictor):
- alterações de humor - ajuda fazer desporto;
- insónias;
- suores nocturnos;
- peito dorido.

Depois lá vem o anjo e confirma-se a gravidez. Todos os sintomas anteriormente descritos passam para segundo plano e importante passa a ser aferir da saúde do bebé só que, entretanto, podemos ser (e eu fui) assoladas pelos mais variados sintomas incomodativos.

Toda a gravidez:
- Qualquer complicação de saúde como, por exemplo, uma gripe terá que ser tratada com paracetamol;
- idas constantes à casa de banho, especialmente durante a noite;
- sonolência todo o dia;
- diminuição da memória ou mesmo perdas de memória e diminuição da velocidade de raciocínio (por causa da progesterona)- praticar desporto pode ajudar;
- tensão exageradamente baixa acompanhada de desmaios (ou muito alta, o que ainda é pior);
- ansiedade;
- medo de aborto espontâneo e/ou parto pré-termo;
- alterações de humor - ajuda fazer desporto;
- insónia;
- "dores de barriga" - sente-se o "útero a esticar"

No primeiro trimestre (da 1ª à 13ª semana mas que comigo já chegou às 23 semanas):
- enjoos matinais que de matinais apenas tem o nome pois acontecem a qualquer hora do dia - ajuda tomar o Nausefe, comer pão integral e comer pouco de cada vez e muitas vezes por dia mas, não elimina o problema;
- gengivite gravítica, ou seja, a mistura entre placa bacteriana e as hormonas e vómitos constantes, acabamos por ficar com gengivas inchadas, que sangram, mau hálito - é muito importante fazer um chek up dentário antes de engravidar para evitar que isto aconteça. Diz-se que a gengivite gravítica pode ser responsável por partos pré-termo e recém nascidos com peso baixo;
- cólicas - ajuda comer devagarinho e sem engolir muito ar mas ainda não descobri como acabar com elas;
- prurido em todo o corpo - pode ser alergia ao estrógeneo, no meu caso foi intolerância à lactose;
- medo da toxoplasmose que nos impede de comer tudo o que é bom como alface, cenouras cruas, fruta com casca ....
- dores de cabeça;


No segundo trimestre
(da 14ª à 27ª semana):
- aumento do fluxo sanguíneo e consequente sangramento pelo nariz, zumbido nos ouvidos;
- pernas inchadas;
- prisão de ventre (em grande parte devido ao suplemento de ferro);
- insónias acompanhadas pelo desconforto de dormir com a barriga a crescer;
- afrontamentos
- rinite alérgica (no meu caso) ou outras complicações das vias respiratórias que se podem agravar com a gravidez ou surgir do nada neste período (e nada de tomar anti-estamínicos). A minha estratégia foi retirar de casa todos os tapetes, almofadas e panos. Só não troquei os lençóis por uns de plástico porque não é confortável. MAs, vamos comprar as capas anti-alérgicas para as almofadas e colchão;
- azia;

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