Educação intuitiva - Grupo de Apoio Lisboa

«Educar um filho leva-nos a questionar muitas coisas. Mas nem sempre conseguimos fazer aquilo que julgamos melhor. Passar da forma como fomos educados para uma maneira diferente é um passo muito grande e exige uma reprogramação profunda. Só começamos a pensar nisso quando engravidamos. Se calhar, devíamos começar antes.» Quem o diz é Natália Fialho, 36 anos, 3 filhos. Neste processo de questionamento encontrou uma filosofia de educação com a qual se identificou e que hoje representa e divulga em Portugal: a Educação Intuitiva.

Os princípios são simples: a criação de fortes laços emocionais, ou seja, uma vinculação segura, leva ao desenvolvimento de pessoas mais confiantes e felizes. Logo, a uma sociedade melhor, menos violenta, mais pacífica e saudável. A Educação Intuitiva pressupõe uma resposta pronta às necessidades emocionais da criança. E ajuda-a, assim, a desenvolver relações seguras e duradouras ao longo da vida.

O ponto de partida...
... foi a Teoria da Vinculação dos psicólogos John Bowlby e Mary Ainsworth, desenvolvida a partir do final dos anos 60. Eles mostraram que o bebé nasce com uma série de mecanismos que lhe permitem ligar-se a uma ou duas figuras de referência, normalmente a mãe e/ou o pai. A forma como decorre essa ligação vai ser determinante para todas as relações sociais do indivíduo, ao longo da vida, e para o desenvolvimento da sua personalidade.

Segundo a teoria de Bowlby, se existe na infância alguém em quem se pode confiar, que está sempre lá, que é «um porto seguro», então «os seres humanos de todas as idades são mais felizes e mais capazes de desenvolver os seus talentos».

Foi acreditando neste pressuposto que Barbara Nicholson e Lysa Parker fundaram, em 1994, a Attachment Parenting International(API). Desde logo com grupos de apoio, que divulgavam e davam suporte à passagem das teorias à prática. Na Europa o movimento está pouco divulgado, mas nos EUA é bastante divulgado e debatido. O pediatra Dr. Sears foi um dos seus percursores e continua um dos principais defensores. Também tem muitos opositores, claro. Afinal, a educação não é uma ciência exacta, como todos os pais já devem ter percebido.

Grupo de apoio em Portugal
Para Natália Fialho, a Educação Intuitiva dá respostas e ferramentas às dúvidas práticas de todos os pais: «Se só pensarmos no que não queremos fazer, é difícil fazer diferente. Não temos alternativas. Por isso os pais se perguntam tantas vezes 'o que é que eu faço agora?'»

Trata-se de ganhar consciência, mas também de ganhar descontracção. Porque um dos pressupostos é precisamente confiar nos instintos, deixar-se guiar pela intuição.
«Esta teoria não é nada de extraordinário», afirma Natália. «Acredito que é o que todos os pais naturalmente fariam se não houvesse pressões exteriores. É a forma mais natural de reagir aos nossos filhos: atender às suas necessidades. Os nossos instintos estão certos, mas às vezes estão muito enterrados, lá no fundo. Penso que muitos pais seguem os príncipios da Educação Intuitiva, sem sequer saberem que estão teorizados. Mas é bom haver um nome, uma base científica de apoio, para que as pessoas se encontrem com quem pensa da mesma forma e se sintam mais seguras nas escolhas que fazem».

Por isso, Natália criou o grupo de apoio da API em Portugal, em Outubro de 2008, que se reune de dois em dois meses. Também criou um grupo de discussão na internet e até atende telefonicamente quem precise de ajuda ou tenha alguma dúvida.

Fonte:
Para saber mais:
  • Links:
    www.attachmentparenting.org - onde pode tornar-se sócio e receber informação regular e a revista da API
    http://apilisboa.blogspot.com/- onde pode saber novidades sobre o grupo de apoio da API em Portugal.





  • http://www.mae.iol.pt/artigo.php?id=1048345&div_id=3642

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