Activismo contra o excesso de intervenções no parto.

http://gehspace.com

é curioso que o youtube considerou um vídeo onde se faz uma manobra de kristeller como traumático mas, milhões de mulheres são, todos os dias, vítimas destes e de outros abusos mas tem que ficar caladas.

Nem sequer outras mulheres (tendo ou não passado por intervenções desnecessárias e traumáticas no parto) se solidarizam com quem discute, divulga e procura alternativas Às práticas institucionalizadas e generalizadas.

Não digo que não existam manobras necessárias e que salvam vidas.O argumento de que os médicos salvam vidas e que antigamente se morria mais no parto do que agora, não pode ser responsável pelos abusos obstétricos que todos os dias são cometidos.

Não podemos, simplesmente, deixar de questionar a medicina porque os médicos, quando necessário, nos permitem continuar vivos.

Sem questionamento nada evolui e não me venham dizer que os médicos e a medicina já tudo descobriu e não tem mais nada a aperfeiçoar. Nem sequer eles próprios tem soberba suficiente para pensar isto.

Já perdi a conta ao número de vezes que a minha tentativa de informar e alertar para os erros que se cometem durante o parto e trabalho de parto foram vistos, por familiares, amigos/as, conhecido/as e desconhecidos/as como "frescura", "teimosia", "irresponsabilidade", "discurso anti-sistema", "esoterismo", "parvoíce", "pessimismo" e sei lá mais o quê que possa andar da cabeça de muitos/as dos/as que me lêem e ouvem.

Eu sei que esta conversa sobre os abusos obstétricos vos incomoda mas o vosso incómodo não retira a verdade aos meus argumentos, não esvazia de significado as minhas acções e não é motivo suficiente para me manter calada. Ou será motivo suficiente para eu não me manter calada?

Querida mulher e mãe, se no teu trabalho de parto, parto e pós parto aconteceu algo ue na altura não questionaste mas que agora ouves descrever como sendo errado e desnecessário; se ler e ouvir falar sobre estas coisas te faz reagir negativamente, sentir tensa ou ficar defensiva/ofendida com quem aponta o dedo ao abuso obstétrico; se tiveste paciência de ler este post até aqui: para, sente o que o teu corpo te está a dizer, permite-te sofrer a dor do abuso, se tal for necessário. tens esse direito. Ninguém te vai condenar por isso. Nem mesmo os/as médicos/as e enfermeiros/as que te magoaram e magoaram o teu bebé virão acertar contas contigo. Não sejas tu a primeira infligir-te essa condenação ao não te permitires sentir.

Querida amiga, conta a tua história, procura informações sobre o que te aconteceu, deixa que a compreensão e a partilha te guiem no processo de cura. Se não o fizeres agora, de forma consciente, mais cedo ou mais tarde o teu corpo vai libertar essa dor recalcada (e que empurras cada vez mais para dentro ao negares que o erro obstétrico existe e ao te insurgires contra quem o denuncia) sob outra forma qualquer.


Aqui está o vídeo: http://www.youtube.com/verify_age?next_url=http%3A//www.youtube.com/watch%3Fgl%3DES%26feature%3Drelated%26hl%3Des%26v%3DbPW8m0_wUUk

1 comment:

  1. Raramente conto o que acho acerca dos partos ditos normais porque a maioria dos casais que conheço consideram os médicos como mestres supremos. Cheguei a aconselhar uma amiga e mesmo assim, foi para o hospital para uma indução que correu muito mal e que quase 48 horas depois culminou numa cesariana...

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