Já chega de adiar conversas sobre o parto.
Nos últimos meses tenho absorvido muita informação sobre o parto: medicalizado, natural, normal e mil e uma designações para tipos de parto e procedimentos co ele relacionados.
Também tenho conversado muito com outras mulheres que já são mães e cheguei a algumas conclusões que penso serem interessantes:
- Quase nenhuma mulher nos conta realmente como decorreu o seu parto - parece que existem dois pólos opostos: "correu tudo lindamente" ou "foi tudo um horror";
- Parece ser comum aceitar que o controle sobre todo o processo do parto está nas mãos das equipas médicas tendo a mulher pouco poder de decisão sobre este momento tão importante das suas vidas;
- Muito pouca gente fala em parto humanizado, natural parto na água, parto em casa etc.... não conheço ninguém que tenha adoptado um destes métodos e sinto dificuldade em conversar sobre o assunto com que já foi mãe pois parece haver uma certa desconfiança mesmo por parte de (jovens) muheres que tiveram experiências de partos hospitalares difíceis;
- Ninguém fala sobre formas de aliviar a dor durante o parto que não seja a epidural ou outro procedimento médico (alívio da dor sem fármacos). Tiveram acesso à informação mas na altura nada funcionou? não tiveram acesso à informação?
- A a posição de parto, deitada de costas e mãis nenhuma? ou tiveram liberdade de movimentos e de escolher a posição, pelo menos, durante o trabalho de parto? Foi dada a possibilidade de escolher o que pretendiam?
- Foram alimentadas a soro durante o trabalho de parto ou puderam comer e beber?
- Ninguém me fala sobre procedimentos como "raspagem", "clister", "episiotomia" (ou corte do períneo), gestão activa da "dequitadura" (injecção na coxa logo após a saída da cabeça e primeiro ombro do bebé que aceleram o decolamento e expulsão da placenta e membranas). Passaram por tudo isto por serem procedimentos "normais" em todos os partos do hospital onde foram atendidas? Apenas foram submetidas aos procedimentos necessários para os vossos partos? Conheciam tudo isto antes do parto? Foi-vos dada a possibiliade de escolher se predentiam, por exempo, a "raspagem" e o "clister"?
- Permitiram à mulher escolher se pretendia ou não a participação de médicos estagiários no seu parto?
- A segunda fase do trabalho de parto teve um nº limite de horas para além do qual foram utlizados métodos não naturais para a sua acelaração? havia alternativa a esses métodos? estava a haver progressão e mesmo assim optou-se pela acelaração por questões de timings?
- E o cordão umbilical? Perguntaram se pretendiam que fosse a equipa médica a corta-lo ou outra pessoa? E foi cortado de imediato ou apenas quando deixou de ter pulsação?
- O que fizeram depois da expulsão? Colocar o bebé de pernas para o ar (como nos filmes) ou deram à mãe a possibilidade de o segurar de imediato?
- Foi permitido que o pai e a doula assistissem ao parto?
É mesmo muita coisa e aparece-me tudo como dados adquiridos. É assim, sempre foi assim e por isso não se questiona.
Os bebés nascem no hospital, com as mães deitadas de costas, alimentadas a soro, raspadas, depois de terem levado um clister e sem qualquer controlo sobre o que lhes está a acontecer para além de fazerem força nos "momentos certos"!!!!
Mas, a Organização Mundial de Saúde não diz nada disto.
Aqui fica um resumo das suas recomendações:
Acho que podes recusar vários desses procedimentos, como o clister e a raspagem. Sempre podes fazer um plano de parto, talvez aceitem...
ReplyDeleteNo meio dessas dúvidas todas, só não entendo porque não perguntaste antes! Eu conto-te tudo acerca do meu parto, que afinal é a coisa mais normal e antiga do mundo... não empreendas muito sobre esse assunto, se queres que te diga... vais para a Estefânea, não é? Pronto, vai correr tudo bem, tudo normal, num ápice tens o teu bebé nos braços, feliz e saudável. Há que não complicar... não questiones tudo o que se faz hoje em dia... as coisas evoluem por alguma razão... relaxa, é o melhor que tens a fazer. Mesmo.
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