Hoje, ao retirar o pão do forno, senti-me emocionada.
O caminho que nós e os ingredientes do nosso pão percorreram, até chegar , hoje, à nossa mesa, merecem essa emoção.
Jamais imaginei que iria fazer pão em casa.
Nunca sonhei que iria seleccionar cada um dos elementos que constituem o meu pão, de forma escrupulosa, tendo por base o conhecimento dos seus benefícios para a saúde, condições de produção - sociais e químicas - transporte, embalamento e comercialização, inclusivamente com conhecimento de alguns dos produtores e seus métodos de produção - desde o cultivo do trigo espelta à recolha manual do sal, passando pela fermentação das maçãs que nos permitem ter vinagre.
Quando é que eu podia imaginar que iria saber o nome de cada um dos componentes de cada elemento que constitui o meu pão? As vitaminas, os minerais, os oligoelementos, desde as mocroalgas presentes do sal ao magnésio da rapadura que, eu mesma, escolhi como a melhor opção para adoçar todas as goluseimas produzidas em nossa casa?
Não pensava colcar todos estes ingredientes numa tina, amassar, moldar, esticar, podia ser uma actividade familiar tão prazerosa. Mas, é disso que se trata, de prazer.
A nossa casa, cheira a pão.
O nosso pão sabe bem, tem aroma dos
campos alentejanos, das
montanhas mexicanas,
pomares franceses,
praias portuguesas e
engenhos brasileiros.
Muitos dos ingredientes vem de longe, seria bom produzirem-me mais perto mas, de onde virá e como será transportada a farinha que produz cada um dos bols e pães que encontramos na padaria mais próxima? De quantos produtos químicos diferentes se faz um só pão? Que mãos o amassam e com que estado de esppírito?
O nosso pão cheira bem, sabe bem, faz bem e fomos nós que o fizemos!
Pão de espelta (o da esquerda):
- 4 chavenas de farinha de trigo espelta da Herdade do Freixo do Meio - Ao contrário do trigo comum, não pocova intolerância e é rico em vitaminas e mimerais. A farinha deste pão foi moída em moínho de pedra, dias antes da entrega, transportada para Lisboa por uma amiga que nunca vi e com quem comunico via facebook, pesada e separada em sacos por uma outra amiga, igualmente facebokiana, que já vi e abracei 3 vezes.
- 2 chávenas de água
- 2 colheres de sopa de vinagre de cidra biológico
- uma pitada de sal marinho integral/ natural - contrariamente ao sal branqueado a que fomos habituados, possui nutrientes, oligoelementos e não sofre a adinção de produtos químicos
- uma pitada de bicarbinato de sódio - igualmento purificado, sem adições químicas e alumínio.
- uma pitada de rapadura biológica - da cana de açúcar mas, ao contrário do açúcar, apresenta um alto valor nutritivo e um baixo valor calórico. Rica numa multiplicidade de minerais e vitaminas.
Envolver tudo lentamente, polvilhar com
sementes de chia e levar ao forno, a 145 graus, durante cerca de 40 minutos.
Receita original aqui: http://cozinhadascores.blogspot.pt/2010/01/pao-de-espelta-e-sementes-de-girassol.html
Chapati (o da direita)
- um pouco de farinha de espelta
- uma pitada de sal
- um pouco de água
Amassar, com o S. até fartar, esticar e vai ao forno.
Vale a pena ler os links 8acima) sobre a rapadura e o sal. Vale a pena conhecer como se processam o sal e o açúcar, o que se lhes retira - e depois se vende através da insdustria farmaceutica - e os quimicos que se lhes adiciona.
A tentar:
http://spicykhazana.blogspot.pt/2009/03/rainbow-chapathi-kids-lunch-box-special.html
http://indianfood.about.com/od/breadrecipes/ig/How-to-Make-Chapatis/
http://crescervegan.blogspot.pt/2012/01/biscoitos-de-trigo-espelta-partir-dos-8.html
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