Showing posts with label Lisboa. Show all posts
Showing posts with label Lisboa. Show all posts

Porque nem as paredes da rua são portas fechadas

Partilhei algumas das das fotografias do meu álbum "Quando as paredes falam" com o projecto " Porque nem as paredes da rua são portas fechadas".


Foto: Enviada por Cátia Maciel

Porque nem as paredes da rua são portas fechadas


 Foto: Enviada por Cátia Maciel

Porque nem as paredes da rua são portas fechadas

 


Gratidão ♥ *•.¸Paz¸.•♥•.¸Amor¸.•♥•.¸Sabedoria¸♥ •.¸Prazer¸.•♥•.¸Alegria¸.•♥•.¸¸ Vida

Mouraria



Gratidão ♥ *•.¸Paz¸.•♥•.¸Amor¸.•♥•.¸Sabedoria¸♥ •.¸Prazer¸.•♥•.¸Alegria¸.•♥•.¸¸ Vida
Pode ter sido o melhor ou o pior dia da história humana que o por do sol  mantém-se, indiferentemente, deslumbrante!













Gratidão ♥ *•.¸Paz¸.•♥•.¸Amor¸.•♥•.¸Sabedoria¸♥ •.¸Prazer¸.•♥•.¸Alegria¸.•♥•.¸¸ Vida
Lisboa, 18 de Dezembro de 2011
17:53
13ºC
8 filas de trânsito
2 vias para pesados de passageiros
2 linhas de caminho de ferro
1 separador central, estreito e sujo no qual, a passo de corrida, uma mãe empurra o carrinho que transporta o seu bebé adormecido. Debruça-se sobre ele, aconchega-o e continua a correr por entre escapes e ruídos.
Dentro de um dos muitos carros que lhes enchem - e nos enchem - os pulmões de fumo, também eu transporto o meu filho adormecido, choro com(o) ela.
(A lua já estava em quarto minguante mas eu ainda não sabia.)
᠅ A vida em S. ᠅ - O quotidiano, perspectivado e registado pelo S. Cada foto remete para um momento, uma vivência, uma memória que queremos recordar, celebrar e agradecer.














O Botequim, lugar de antigas revoluções feministas, lideradas por Natália Correia. Há alguns anos foi livraria infantil, apelidada de "O Pequeno Herói" em homenagem à também autora de contos infantis. Actualmente não está preparado para receber crianças.


O Jardim da Junta de Freguesia da Graça, com os seus grutos e ervas.


Passeio matinal perfeito não fosse a total ausência de crianças nos espaços públicos e os 4 carteiristas que roubaram mais um turista incauto, mesmo à porta do eléctrico 24. Quando tirei a foto haviam acabado de o fazer.

Um passeio pelo bairro

"A cidade não é uma causa, é uma consequência!"

Que belo seria o bairro, que bela seria a cidade se as gentes que os habitam fossem mais respeitadoras, menos usurpadoras, menos pobres e miseráveis.
Tendo em conta as previsões, é melhor habituar-mo-nos aos sem-abrigo pelas ruas, aos restos de refeições pelos jardins, às paredes despidas pelos ladrões de azulejos, aos espaços públicos fechados para usufruto só de alguns, aos jardins vedados ao público, aos cocós de cão a cada passo, às condutas de água a verter... concentre-mo-nos nas montras de outono enquanto ainda existe comércio tradicional, nas obras de arte que ainda povoam a cidade, nos relvados e lagos que resistem, na luminosidade da cidade, nos padrões engraçados da calçada portuguesa, no olhar das crianças que conseguem ver tudo isto e muito mais....

Procuro pais que queiram construir um projecto educativo comunitário

Não conheço, em Lisboa, nenhum projecto educativo comunitário. Sim, daqueles que existem por ai:
X nº de famílias junta-se, procuram um espaço (de preferência com fácil acesso de transportes e com jardim), pagam a renda e as despesas correntes desse espaço e constroem um projecto educativo que sirva as suas necessidades. 
Como? Ora, trabalhando para isso, dando o seu tempo e amor de forma colaborativa.
 

Melhor do que as creches e amas porque...

 - é  mais barato do que uma creche e, sem dúvida, mais barato do que uma ama (começo por estas por ser um facto importante para muita gente. Infelizmente, é o mais importante para gente demais);
-  as crianças não ficam isoladas, em casa, como acontece com as amas ao domicílio;
- as crianças não ficam aglutinadas em apartamentos, todo o dia, a palrar com crianças da mesma idade e sob a supervisão de apenas 1 (com sorte 2) adulto, como acontece com as amas profissionais que recebem até (ou é no mínimo?) 5 crianças;
- as crianças não ficam aglutinadas em espaços públicos artificiais, cobertos de linóleos e cores berrantes à mercê da bicharada, da tv...;
- as crianças não passam o dia inteiro entre pares - crianças da mesma idade;
..... (há mais mas estou com pressa LOL)

Como funciona um projecto educativo comunitário?

Como já disse acima, um conjunto da famílias junta-se, procura uma casa com jardim, paga as despesas de manutenção e abre a casa, todos os dias da semana, para aí permanecer em actividades pensadas e implementadas por pais e crianças para pais e crianças. Pais e filhos cozinham juntos, almoçam e lancham juntos e enquanto uns brincam (em brincadeiras livres ou orientadas) os outros podem trabalhar.

A gestão das actividades e as brincadeiras com as crianças, podem estar sempre a cargo dos mesmos adultos (para tal terão que ser remunerados) ou podem ser partilhadas entre pais (que, para tal, terão que dispor de tempo para o projecto).

O objectivo não é que que as crianças fiquem no projecto educativo, todo o dia, sem a presença dos seus pais (não é uma creche ou escola) mas que estejam em comunidade e com os seus pais mas, se tiver que ser, também se procura uma solução.

Para que idades?

Para todas as idades desde que os pais tenham vontade de construir em vez de se adaptarem ao que a rede "mainstream" nos oferece.

Este tipo de projecto pode ser  importante para mamãs em licença de maternidade (0 aos 2 anos e 9 meses que é o max que a lei permite, por enquanto) que ficam geralmente fechadas em casa.

Torna-se ainda mais útil para recém-mamãs com mais do que 1 filho pois podem gozar a licença de maternidade tendo os 2, ou 3, ou 5 filhos consigo sem ter que ficar isoladas num apartamento entre um bebé que dorme e mama e uma criança que se aborrece por não ter com quem brincar.

É também uma solução para as crianças em ensino doméstico/unschooling (+6) que podem assim contar com um espaço de aprendizagem comunitário, com crianças de todas as idades e vários adultos que partilham os seus saberes.

Imagino uma coisa pequena, max 10 famílias  e já estamos a falar de um projecto bem consolidado. para arrancar teriam que ser, no máximo, umas 5 famílias. 

Até agora, encontrei muita gente que adoraria contar com uma estrutura deste género mas que não está disponível para a construir.

Ninguém se quer lançar a fazer isto comigo?

Sinto uma imensa frustração por ver que as pessoas dizem necessitar condições de vida diferentes e que permitam uma vivência familiar mais confortável, mais comunitária mas não se atrevem a construir algo que responda a essas necessidades. Quantos de vocês não deseja para si e para as suas crianças:
- uma casa maior?
- uma casa com jardim?
- uma horta para os vegetais?
- uma casa quentinha no inverno e fresquinha no verão, 24 h por dia;
- uma casa perto de um jardim onde haja outras crianças?
- almoços e jantares saudáveis e feitos por outra pessoa?
- ir a uma reunião, ir trabalhar sem ter que se preocupar com quem fica o filho (ou filhos)?
- trabalhar no mesmo espaço físico que os filhos estando eles entretidos com outras crianças/pessoas?
- ter muitos brinquedos que sejam capazes de entreter os miúdos por muito tempo;
- escolher a melhor ama, a melhor creche, a melhor escola, os melhores professores.... 
..... há muito mais.. muito mais coisas que quase todos nós dizemos querer....

algumas famílias encontram soluções para tudo isto:

- compram uma casa maior e matam-se a trabalhar para a pagar. Agora cada um dos putos tem o seu quarto mas não tem pai e mãe porque estes tem que trabalhar dia e noite para os pagar;
- compram uma casa com jardim que, com sorte, é utilizado uma vez por semana;
- compram e mantém ar condicionado e aquecimento central que lhes mantém a casa quentinha no inverno e fresquinha no verão, 24 h por dia; - mandam construir (no jardim) uma horta para os vegetais mas só lá crescem ervas porque não há tempo para mais;
- compram uma casa perto de um jardim onde há parques infantis e esperam que os pais das outras crianças tenham tempo para as levar para lá. Talvez andem tão ou mais atarefados do que eles próprios. Ou talvez nem consigam decidir se ficam  no seu jardim ou neste outro jardim do bairro.... pena que não se pode comprar jardins já com crianças incorporadas. E das que não arrancam brinquedos nem empurram os nossos putos SFF;
- pagam uma empregada/ama que faz os almoços e jantares e comem, todos os dias em casa;
- pagam a ama ou babysitter que fica com os miúdos e cujas referências chegaram via tia da prima da vizinha do lado e confia-se que sim, vai correr tudo bem;
- com sorte, conseguem trabalhar no mesmo espaço físico que os filho, durante as sestas ou enfiando-os num parque a ver tv; 
- compram muitos brinquedos que nunca são cpazes de entreter os miúdos por tanto temo como o desejado porque o que entretém os miúdos são as pessoas que brincam com eles utilizando os brinquedos e não os objectos per si (chegará o dia em que os miúdos serão tão agarrados aos objectos como os seus pais mas isso são outras conversas);
- escolhem a melhor ama, a melhor creche, a melhor escola, os melhores professores.... e pagam, pagam, pagam o que só o outro, só o caro (preferencialmente com nome estrangeiro) pode fazer pelos seus filhos porque eles não são capazes ou não podem porque tem que trabalhar (o cúmulo é a educadora de infância que gana dinheiro à custa dos filos dos outros enquanto alguém ganha dinheiro à custa dos seus. Sim, é "à custa de ... mas sobre isso escrevo outro dia) 

Tudo soluções viáveis, tudo soluções dentro da norma, tudo soluções que nos trouxeram até o actual estado das coisas: O desastre da família nuclear, o isolamento, o individualismo, as crianças e jovens orientados pelos pares, a fugir a 7 pés de todos os adultos, "viciados" em tv e jogos, incompreensíveis (dizem os pais) e incompreendidos (dizem eles). 

Apesar de todas as evidências, preservaramos neste modelo falido, caduco e que nos está a pôr doentes. 

Criar um espaço conjunto que nos dê a casa, o jardim, as crianças, a alimentação, o conforto do fresco no verão, e calor no inverno, a companhia, a partilha dos cuidados e das aprendizagens? Não, isso dá muito trabalho! Trabalhar dia e noite para pagar todas as porcarias que referi antes é muito mais importante e, acima de tudo, estarei a trabalhar para mim, a minha casa, o meu jardim, a minha horta, o meu ar condicionado.... o meu isolamento, o isolamento dos meus....

E não me venham dizer que antigamente era pior. Para quem ainda não se apercebeu, existe um antigamente "mais antigo" do que o modelo social em que vivemos nos últimos 150 anos. E, nem todos os modelos sociais são iguais ao nosso. Existem outras formas de viver, é possível e desejável criar em comunidade. 
Parece simples não é? É fácil concordar que outro modelo é possível. É fácil concordar que podemos construir um projecto educativo em conjunto. Então porque é que não acontece? Porque é que ninguém quer arriscar?

Já me passaram várias hipóteses pela cabeça:
-  dizem que gostavam de ter, nos bairros, onde vivem espaços assim e assado mas é mentira;
- tem falta de auto-estima (mercê de infâncias de isolamento e restrições que nem eles próprios reconhecem terem provocado danos) e acreditam mesmo que não são capazes de empreender o que quer que seja e por isso inventam desculpas (inconscientes ou não): não vai funcionar, é difícil etc... a que eu gosto mais é "é caro" sim, porque as casas com jardins e os carros e os 1001 gadjets são grátis);
-tem preguiça e querem tudo feito por 3ªs. Como somos um país de preguiçosos, estamos todos à espera;
- gostam de se lamentar e do queixume. Se constroem as respostas já não se pode queixar;
- não se conhecem e não conhecem as suas reais necessidades e por isso continuam a tentar suprir o mal estar através do ter (comprar, comprar, comprar);
 .. (devem existir mais mas não me recordo)


Se calhar só não perguntei às pessoas certas?

eu sei que o pessoal tem que trabalhar, nestes casos, não se poderia pagar a alguém para estar no projecto educativo, com os miúdos a desenvolver actividades em vez de eles estarem sozinhos em casa com uma ama? Entre todos deve sair mais barato do que o somatório das amas e das casas com ar condicionado etc... que estão agora a pagar.

Também sei que as mães que estão em casa com os filhos não tem dinheiro para investir mas tem cabeça, braços e tempo para trabalhar, ou não? Não se consegue aproveitar esses recursos? Olhem, até podem receber o dinheiro das que trabalham todo  dia e toma conta do putos delas.

Digam-me lá a verdade, porque é que to não se faz? Porque é que existe em tantos outros países mas não em Portugal? 

Não me digam que é porque há pouca gente suficientemente altruísta para dispensar umas horas do seu dia a fazer algo mais que não seja olhar para o seu umbigo. Ainda dizem que o problema de Portugal são os políticos.





I've seen the village and I don't want it raising my kids!

Em tempos, escrevi um longo texto com base na frase "para criar uma criança é necessária uma aldeia inteira" à qual acrescentei a interrogação " e tu, vives numa aldeia inteira?"
Na altura, propunha-me a mudar Lisboa para que esta se tornasse numa "aldeia inteira".
Hoje tomei conhecimento de uma frase que se diz nos EUA: "I've seen the village and I don't want it raising my kids!"
Esta nova frase fez-me rir. Acho que descreve muito melhor a minha actual relação com a cidade do que a primeira.




O meu, o teu, o nosso sonho

Umas sonham a "Casa das Mães", outras sonham com "o lugar perfeito", outras ainda sonham "grande" e eu fico a pensar se o que queremos não é simplesmente viver numa comunidade solidária, de entreajuda, de presença real? Sonhamos com um local que seja diferente, um oásis que nos ajude a esquecer que vivemos num deserto de emoções, sentimentos e amor?

De que outra forma se explica que milhões de pessoas vivam encavalitadas, isoladas, cada qual no seu cubo, no seu pedaço de mundo sem pedaço de chão, crianças aglutinadas com crianças, idosos aglutinados com idosos, espaços verdes dedicados aos cães, passeios dedicados aos carros, espaços comuns dos edifícios dedicados ao lixo e ao pó, adultos em idade activa atarefados para ganhar o pão e o tostão que permite pagar as prisões de uns e de outros, mais as idas aos centros comerciais lotados onde os corpos vazios e os espíritos cheios de necessidade de ter se amontoam e esquecem o deserto e o oásis?

O electrico 28


aqui fica uma nota sobre a dificuldade que é andar no 28 sem ser roubado por um dos Srs carteiristas que impunemente "trabalham" na cidade.

Já cheguei a contar 7 carteiristas em acção no eléctrico 28, sim, ao mesmo tempo.

Toda a gente os conhece (polícia guarda freios, população.

Estes Srs. já deram entrevistas para a SIC e Visão, já disseram publicamente que "ganham" 200 euros por casa hora de "trabalho", um deles até tem um BMW comprado com o dinheirito de tão nobre "profissão".

Os guarda freios que lhes fazem frente, enfrentam sanções disciplinares por parte da Carris e "esperas" violentas por parte destes grupos de (in)prestáveis trabalhadores.

Quem se atreve a denuncia-los in loco é violentamente ameaçado "eu conheço-te e não te vou esquecer" - dizem eles. Quem os denuncia à polícia fica "obrigado" a comparecer em 1001 conversas burocráticas e inúteis e, imaginem só, fica também obrigado a comunicar à polícia qualquer mudança de morada sob risco de pagar multa por não comparecer nos dias e horas marcados nas 200 convocatórias que nos deixam na caixa de correio. Bem, são só 146 euros de multa por cada falta, não quererão os Srs. Carteiristas pagar tão simbólica quantia com menos do que uma hora do seu difícil e suado trabalho?

Assim se vive em Lisboa!

Eles entram e saem, roubam e ameaçam sem que nada aconteça.
Como podem os passageiros ajudar a fazer frente a estes ladrões?

- Avisar sempre quem está a ser roubado mesmo sob risco de ameaça e violência?
- Tirar fotos os indivíduos e publica-las na net, imprimi-las e colar nos eléctricos e paredes das paragens?
- Apresentar queixa à polícia sempre que formos nós os roubados e/ou ameaçados?
- Encher a Carris de cartas e mails a exigir vigilância nas carreiras com mais ladrões?
- Não pagar bilhete enquanto as viagens não forem seguras?
- Entrar em contacto com toda a comunicação social para que mais e mais gente esteja atenta aos ladrões?
- Escrever notas em várias línguas e distribuir pelos hotéis e sites sobre Lisboa para que os turistas estejam atentos?

Mais ideias?

(desta vez a foto é mesmo minha LOL)

O coro da Achada



Festejamos o 25 de Abril com o Coro da Casa da Achada e lá estamos nós, na foto cibernética para o comprovar!

Na Casa da Achada não faltam actividades e espaço para as crianças.

Descoberta da Foto aqui


"A cidade não é uma causa, é uma consequência!"

Sobre viver e ter filhos em Lisboa e do orgulho nacional nos equipamentos pré-escolares

Temos que criar as melhores condições para que as pessoas se fixem na cidade e para quererem viver e educar aqui os seus filhos” Quem o diz é o próprio António Costa, pena que para atingir tal objectivo tenham como estratégia única construir Jardins de Infância. E todas as outras dimensões da vida das famílias na cidade, Sr. Presidente? É que, para estar fechado todo o dia num jardim de infância, tanto faz viver em Lisboa como noutra cidade qualquer!

"Por sua vez, José Sócrates congratulou-se com o facto de Portugal se encontrar acima da média dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) no que respeita à quantidade e qualidade da educação pré-escolar." Ex. Sr. Primeiro Ministro, Será que temos mais equipamentos de educação pré-escolar porque as famílias portuguesas mal sobrevivem com dois salários a tempo inteiro e por isso mesmo é que necessitam de colocar as suas crianças, 7 horas por dia, 7 dias por semana, ao cuidado de terceiros? Nos países da OCDE, colocar os filhos, todo o dia, numa creche, não é a única solução possível. As soluções de cuidados formais à primeira infância, em equipamento de educação pré-escolar, a tempo parcial, ou, em casa da criança por educador especializado, ou em casa do educador, ou por familiar remunerado, entre outras, não são desconhecidas na maioria dos países da OCDE, muito menos, as licenças parentais alargadas que permitem que as crianças fiquem em em casa, com a mãe ou pai, até aos 3 anos. Claro que, para que estas sejam verdadeiras opções, os salários devem ser adequados e a sociedade deverá estar preparada para integrar as crianças no seu quotidiano.

Não tenho nada contra os equipamentos pré-escolares, o meu problema é com as soluções de sentido único.

Já agora, duas interrogações: se temos mais e melhores equipamentos do que a média da OCDE, o que fazem os outros aos filhos enquanto vão trabalhar todo o dia? e, se os equipamentos pré-escolares fossem a única solução viável para o saudável desenvolvimento do ser humano, não seria de esperar que, pelo menos os nórdicos, tivessem um dos tais equipamentos em cada esquina? Estes nórdicos pá...., que mania de ser diferente, andam de bicicleta, só querem agricultura bio, não querem TGV nem Euro e agora também não constroem creches para os putos?! Não se percebe como é que são tão felizes!

Porque os dados, per si, não dizem nada e o que importa é a leitura que se faz dos mesmos, aqui fica: http://www.oecd.org/statisticsdata/0,3381,en_2649_34819_1_119656_1_1_1,00.html

Turistas, bebés e Lisboa, em Agosto

Este fim de semana foi, para mim, de grande violência e tristeza.

Assisti, sem grande poder de intervenção, a uma cena de violência doméstica típica de um fim de almoço em Portugal: "marido alcoolizado bate na mulher que grita e põe a vizinhança em alerta. Vizinha (eu) chama a polícia que pouco mais pode fazer do que tomar conta da ocorrência e deixar seguir a queixa ao mesmo tempo que agressor e agredida continuam a partilhar o mesmo tecto".

Acompanhei duas famílias das muitas que visitam Lisboa em Agosto. Casais estrangeiros com filhos - bebés e crianças - sujeitos ao calor, ao sol, ao ruído, ao mar de gente, às subidas e descidas que esta cidade tem para oferecer a quem a visita. Bebés e crianças a quem miradouros e castelos não dizem nada e que sofrem com a temperatura elevada, dentro dos seus carrinhos tremelicantes e expostos aos canos de escape dos carros.

Famílias, não visitem Lisboa, com crianças, em Agosto É calor a mais, é gente a mais para que possa ser agradável.

Se, a juntar ao calor, a vossa viagem a Lisboa é de 3 dias (Sexta a Domingo/Segunda), garanto-vos que marcaram as "mini-férias pesadelo" da moda.

Está muita gente em todo o lado, as crianças tem que esperar em filas enormes para poderem ir à casa de banho, os cafés tem filas igualmente grandes e o atendimento pode demorar mais do que a fome e sede de um bebé podem esperar.

As crianças sofrem! Não há jardim à sombra e fresquinho que vos abrigue, está calor em todo o lado, mesmo no jardim, mesmo em casa, de noite.

Se, ainda assim, resolverem vir, por favor, aceitem estes conselhos:

  • pensem em passar o dia da chegada, depois do voo, confortavelmente em casa. As crianças necessitam de tempo para digerirem a excitação e desconforto da viagem e para se adaptarem ao novo ambiente;
  • não esperem que os vossos filhos, comam sozinhos e durmam sozinhos exactamente como se estivessem em casa;
  • nunca esqueçam água e alguma comida saudável para os vossos filhos. Não saiam de casa sem eles pois podem-se encontrar em situação de não os poder comprar na rua;
  • para além do chapéu é conveniente utilizar um guarda-chuva que abrigue as crianças do sol;
  • não esqueçam o protector solar, utilizar todos os dias porque, na rua, o sol queima;
  • mesmo que o vosso filho tenha chapéu e óculos de sol não o deixem, no carrinho, ao sol;
  • Não levem as máquinas fotográficas a tiracolo e as crianças nos carrinhos com os óculos de sol para dentro dos eléctricos da cidade. Os electricos são realmente bonitos mas quando estão apinhados de gente e de ladrões são péssimos locais para levar tanto as crianças como as máquinas fotográficas;
  • quando chegarem a um jardim ou monumento, permitam que as vossas crianças o explorem e sintam. As crianças necessitam de tempo para apreenderem as coisas, não lhes chega uma foto com a vista do Castelo;
Parecem conselhos óbvios, não é? Pois então aconselho quem queira perceber como se tratam as crianças durante as férias a dar um passeio para os lados de Belém ou do Castelo.

Há mais, mas não me recordo


"A cidade não é uma causa, é uma consequência!"

Taxi ou restaurante? Para uma mãe com um bebé, Lisboa só é bonita vista de cima.

Esta manhã, em plena Baixa Lisboeta, fomos surpreendidos pelo calor - que as nuvens matinais não deixavam antever - e pela fome - que chegou mais cedo. Com o bebé no porta bebés, a primeira opção que me passou pela cabeça foi entrar no centro comercial mais próximo e parar num dos restaurantes para descansar e comer. Chegada à porta do dito centro comercial, reconsiderei e entrei num táxi. Enquanto a viatura arrancava ouvi, entre cigarros e gargalhadas, a conversa dos funcionários de alguns dos restaurantes do edifício:

- "o meu precisava de fechar 3 dias só para limpar toda a porcaria da cozinha"
- "o meu é um nojo, xiiiii, nem te digo"
....

Como se não tivesse ouvido o suficiente, acrescenta o motorista do táxi: "e a senhora não ouviu a parte das baratas... daquelas grandes, vermelhas... até uma lata de atum com feijão frade, comida em casa, é melhor que a comida de um restaurante desses".

Para a próxima, não me esqueço da marmita. Será que podemos contar com mais jardins, limpos, onde possamos parar, sempre que a fome e o calor nos tomarem de assalto, em plena baixa lisboeta.


"A cidade não é uma causa, é uma consequência!"

Bookmark and Share

Não se pode agradar a gregos e a troianos


Segundo os gregos:

Espaço Público e Espaço Verde - Horta Popular da Mouraria

A Horta Popular da Mouraria era um terreno baldio que está a ser usada por vários populares para usufruto próprio e por uma associação para fins pedagógicos e recreativos. Para o desenvolvimento deste projecto e para evitar que seja alvo de vandalismo propõe-se que seja facultado o acesso a água para rega, que sejam criadas cercas. Será igualmente de valor a instalação de uma mobiliário adaptado ao espaço verde-público que existe, exemplo, mesas, bancos, baloiços...

2010-06-28

Nº de registo: 785

De acordo com os troianos:
Espaço Público e Espaço Verde - Requalificação do Espaço "Horta Popular da Mouraria" (AP8)

Esta "horta" é um atentado, além de perigosa, porque lá se juntam toxicodependentes e outros marginais. É um local absolutamente desleixado, num sítio visitado pelos turistas, que chegam a tirar fotografias. O Sr. Vereador Sá Fernandes já tomou conhecimento do caso.

2010-06-24

Número de registo: 778


Eu penso que conheço esta senhora troiana.... pois foi, foi a mesma que apresentou uma outra proposta para o local da horta:


Infra-estruturas Viárias, Trânsito e Mobilidade

Parque de Estacionamento na Calçada do Monte (AP8)

Urge para a freguesia, construir um parque de estacionamento que há tempo se encontrava previsto para a Calçada do Monte. Foi sugerido um silo com esplanada no piso superior.

2010-06-24

Número de registo: 776


Para quem não conhece, aqui fica um cheirinho da horta e seus "toxico(in)dependentes":

http://horta-popular.blogspot.com/

http://gaia.org.pt/node/14849

http://www.facebook.com/group.php?gid=67515896780

Quanto a propostas para a Graça, aqui ficam algumas alternativas ao estacionamento, com ou sem café, em cima das couves: http://cidadanialx.tripod.com/convgraca.html


Bookmark and Share

Lá onde eu moro (Parte I)

Exms. Senhores,

Sou moradora e eleitora da Freguesia da Graça e mãe de um bebé de 9 meses.

Desde que o meu filho nasceu que me vejo, diariamente, condicionada pela falta de qualidade de vida da nossa cidade. Uma das questões que actualmente me preocupa é o facto de não existirem na cidade jardins sem dejectos de cães onde o meu filho (e os bebés em geral) possa aprender a gatinhar e a andar.

Esta manhã dirigi-me à Junta de Freguesia da Graça para me inscrever na reunião do Orçamento Participativo de dia 24 de Junho (que por acaso não era do conhecimento da funcionária e para a qual, ao contrário do anunciado na própria Junta, não havia qualquer forma de inscrição) e para permitir ao meu filho gatinhar no Vosso lindo jardim à sombra de uma árvore.

Acreditem que é com pesar que escrevo que não me foi permitido usufruir do jardim por este não ser "público". O jardim das Vossas instalações é o único jardim onde o meu filho poderia gatinhar sem se cortar em vidros, sem estar em contacto com dejectos de cães e suas bactérias e com sombra. Sei que posso ir para o Jardim da Gulbenkian mas a distância faz com que se torne difícil faze-lo com um bebé pequeno.

Esta manhã, quando vi goradas as minhas esperanças de ter encontrado um local agradável para o meu filho dar largas à sua energia e alegria de viver, não pude conter as lágrimas. Poderia ter ficado revoltada com as condições que Lisboa e a Graça nos oferecem, com o facto de os jardins prometidos não existirem e os existentes serem para os cães e não para os nossos filhos. Podia ter ficado revoltada com o facto de os nossos parques infantis serem ao sol e com o piso demasiado áspero para um bebé. Poderia ter ficado revoltada porque os nossos passeios estão cheios de carros e mais dejectos de cães tornando qualquer incursão na rua com um bebé muito desagradável. Podia aumentar ainda mais a minha revolta ao pensar na dificuldade que é sair da Graça de transportes públicos, no medo que tenho dos carteiristas do eléctrico, na casa de arrumos a que chamam "cantinho de amamentação" do Centro de Saúde da Graça. Podia ter ficado revoltada com a consistente falta de apoios, recursos e infraestruturas para mães e bebés na nossa cidade e freguesia mas, só consegui ficar triste e ainda mais desanimada.

Gostaria, por isso, de solicitar a V. Excelências, permissão para que o meu filho e outros bebés da nossa freguesia, possam gatinhar no Vosso relvado, pelo menos, duas horas por dia. Considerariam os senhores a possibilidade de criar um horário para receber os nossos filhos? Não peço salas, funcionários, materiais nem algo que envolva muita logística, apenas que nos permitam pisar e permanecer no Vosso relvado.

Sabendo que farão o possível para responder de forma positiva a todas as mães e bebés da Graça, subscrevo-me cordialmente.

Cátia e Sebastião

RESPOSTA DO PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DA GRAÇA:

Exmª Senhora,

Em resposta ao s/ e-mail, vimos apresentar as nossas desculpas pelo ocorrido.
De facto o Jardim da Junta é um espaço aberto à população que dele queira usufruir e com a sua presença o dignificar. Deste modo, o mesmo encontra-se disponível para o seu e todos os bebés da freguesia.
Grato pela atenção dispensada.
Cumprimentos

O Presidente

PAULO QUADRADO

"A cidade não é uma causa, é uma consequência!"

Bookmark and Share