As duas marcas que utilizo, alternadamente:
xEO Mega® doTERRA


Jamais imaginei que passar o dia inteiro com crianças e na gestão domestica quotidiana fosse tão (fisicamente) esgotante. Estou completamente ko.
Acorda, dá comida aos gatos, faz oil pulling, ferve água, monta área de trabalho na mesa da sala (computador, impressora, respetivos cabos, papéis e pastas), *bebe café com leite, responde a e-mails, imprime papelada, fica sem tinta na impressora, constrói presente de ultima hora, criança acorda, prepara pequeno almoço, conversa, responde a perguntas, tira loiça da máquina, guarda loiça, põe loiça na máquina, lava bancada enquanto conversa e responde a perguntas, varre a casa enquanto presta atenção aos desenhos animados e conversa sobre eles, faz camas, dobra e guarda roupa com (des)ajudante, volta para a mesa de trabalho, responde a mais mails e tenta organizar agenda com olho nos desenhos animados e na conversa, recebe amigos, desmonta mesa de trabalho e tenta montar noutro sitio (só tenta), põe mesa de almoço, entrega prendas, despede de amiga e fica com o fiho dela, faz almoço e responde a perguntas por mensagem, recebe/faz telefonemas, diagnostica bolor na parede enquanto crianças brincam na sala (coisa rara), serve almoço, serve água, serve fruta, levanta mesa, come os restos, tira loiça da maquina, põe loiça na maquina, varre o chão enquanto se esconde de radar e mísseis, volta a dar comida aos gatos, volta a fazer as camas, apanha almofadas e 1001 brinquedos do chão enquanto responde a pedidos de este e aquele brinquedo, monta mesa de actividades, faz construções com barro, dança CD dos caricas, destroi construções com barro, põe dvd do iron man, encanta-se a ver meninos abraçados enquanto vêem o dito, organiza (finalmente) a agenda com criança em cima da cabeça, faz pagamentos, veste fato do buzz e do spider, faz de árbitro na luta de heróis, tenta limpar bolor da parede, monitoriza salto de escadas, prepara lanche, serve lanche, altera lanche, levanta mesa, come restos, filtra e serve água, limpa WC (rapazes e xixi), repõe papel higiénico, lava loiça, dança com o arco, faz corrida das lanternas com a casa escura, acende velas, arruma sapatos e casacos, impede luta de vassouras, recebe mãe do amigo, vai à casa de banho (outra vez finalmente), confirma que a roupa continua molhada, bebe café com leite, faz jantar, limpa despensa que se transformou em esconderijo, tira tralha do esconderijo, combina organização das proximas duas semanas com a amiga, recebe marido, serve sopa, come sopa (sim, primeira refeição do dia), despede dos amigos, limpa estante livro a livro depois de acidente com água, deita na cama, completamente ko, escreve mensagem.
Eu já trabalhei muito, em muita coisa e nunca fiquei tão cansada. Também nunca fiquei tão satisfeita.
Só há aqui duas coisas mesmo difíceis, pouco espaço físico e saber que para cumprir com os objectivos de trabalho remunerado deveria fazer, depois disto tudo, 6 horas de trabalho diárias. Já houve tempos em que consegui... outros tempos.
Pensam que o menino está pronto para ir dormir? Naaaa, está entretido a fazer desenhos e livros de actividades com o pai, ainda nem jantou - havia batatas fritas no esconderijo.
E o vosso dia, como foi?
* O meu leite é de arroz e o café xpto com cogumelos e cacau, não se espantem as leitoras cuidadosas com a alimentação.
PS - escova os dentes, aconchega cinto-da-lua e aconchega-se para dormir, ao som dos caricas "salta, salta, salta, salta, salta.."
Desde que fui mãe, conheci n mães, umas mais, outras menos, experientes do que eu - e isto, apesar de parecer estranho, é independente no número de filhos.
Muitas delas são idealistas, ou baseiam-se em alguma ideologia para alicerçar a sua identidade materna - e de mulher - outras, procuram, na teoria, a melhor forma de criar o mais perfeito ser humano possível.
Poucas, vão experimentando o que mais sentido lhes faz de forma a gerir o quotidiano com tranquilidade e alegria.
Destas últimas, nenhuma pode dizer que não tenha caído - varias vezes - na armadilha da preocupação, comparação, expectativa, nem que jamais se tenha dedicado à inútil analise de cusalidade do tipo " nasceu assim vai ser assado", " "come - ou não come - disto vai ser aquilo", "depende agora para ser independente depois", "é mais ou menos x ou y do que o filho da Maria da esquina porque eu fiz/sou/dou desta e daquela maneira e ela não" ... e por aí a fora.
Isto leva, quase sempre, a um angustiado " ohhh coitadinha de mim e da minha prole" ou a um soberbo " ohhh coitadinhos de todos eles, que boa que eu sou".
Vezes há em que o " que boa que eu sou" se disfarça de "que maus são todos eles/elas".
Há medida que o puerpério vai passando, arreigam-se as certezas, as diferenças, consolidam-se os conhecimentos teóricos, desperdiçam-se milhares de minutos em quezílias, leituras, visionamento de filmes, encontros de pares e tantas outras actividades sobre as nossas crianças que pouco mais fazem do que afastar-nos das nossas crianças.
Um dia, e esse dia chega sempre, a criança que nasceu de parto perfeito, foi ao medico "assim", foi amamentado, fraldado, adormecido, alimentado "assado", acorda e diz "EU SOU", " EU QUERO" e a mãe percebe que aquele bebé perfeito - fruto da mãe perfeita - plufff, desapareceu!
Ficam "apenas" dois seres humanos perfeitos na sua imperfeição, como todos os outros, independentemente da forma como nasceram, mamaram, comeram, dormiram...
E, aqui começam os verdadeiros desafios:
Que relação se construiu com a criança?
Que díade formamos - com cada um dos nossos filhos - quando nos despimos de teorias, certezas, expectativas e quezílias com o mundo?
Estamos preparadas para ser mãe da criança real, a que está aqui e agora?
Tenho encontrado várias mães frustradas, mergulhadas na incompreenção pois o bebé que "nasceu na Índia, num parto sublime, agora nem sequer mama" ou o bebé que "Mamou em livre demanda, dormiu sempre com a mãe... chega aos 3 anos e recusa ir para a escolinha"... não foi para isto que se esforçaram tanto pois tão?
Tanto investimento num parto na água, tanta guerra com o "sistema" contra as vacinas, contra o açucar, os berços e os gadgets, tanta dor de costas do sling e pano não deviam ter como resultado um filho mais seguro, saudável, dócil, educado e independente do que os outros?
Racionalmente responderás que "não, claro que não" mas, desafio-te a olhares mais fundo e tentares descobrir que sentimento ou sentimentos, que medos, culpas, inseguranças podem estar a ser o verdadeiro combustível das tuas práticas? O que necessitas provar e a quem? Contra quem lutas? Por que lugar na organização social e familiar te sacrificas? Que vazio veio preencher esse filho ou filhos?
Só respondendo a estas - e outras - questões, com honestidade, podemos criar com amor em vez de criar com sacrifício.
O sacrifício é independente da criança que temos nos braços, é um modo de vida a que nos agarramos - sem perceber - que nos permite sentir valiosas e úteis, que nos conferem o lugar de boa mãe, boa esposa, boa filha, boa mulher.
Se há uma mártir - a que se sacrifica - há um carrasco. Quando nos mantemos no sacrifício não podemos ter como expectativa um ser humano equilibrado pois estamos a criar um carrasco.
Há quem veja o carrasco estampado no rosto do recém nascido que não mama, no bebé que morde a mãe, na criança pequena que grita sem razão, no menino ou menina mal educado e agressivo, no pré-adolescente indecifrável e problemático ou que rejeita a identidade da mãe, as suas crenças e práticas.
A criança sente a nossa ambivalência, o nosso martírio e sacrifício não expresso e sacode-nos até que o possamos ver ou até que a relação parental expluda, libertando-nos do sacrifício.
O teu carrasco, onde está?
" I am fond of poetry and know quite a lot of it. When our daughter was little, I used it to put her to sleep. Sometime thereafter we were driving somewhere at night and heard a small voice from the back seat reciting "Lars Porsena of Clusium, by the nine gods he swore"—the opening lines of "Horatius at the Bridge"—in a a two year old’s lisp. She now knows quite a lot more poetry. When I put my son to bed—my wife and I take turns—we generally talk for a while, then he asks for some poems."
http://daviddfriedman.blogspot.pt/2007/12/home-unschooling-practice.html